COLUNAS - COMPORTAMENTO


Oscar 2022 e a vida tal como ela é
08/04/2022 00:00:00

Neste ano o Oscar foi marcado por um drama real, que de maneira surpreendente voltou os holofotes e roubou a cena. Sim, estamos falando de uma situação verídica envolvendo celebridades, que teve uma repercussão enorme e permeada por julgamentos. Ainda digo mais, o tamanho da repercussão é proporcional ao quanto um fato mexe conosco, o quanto pode nos representar, o quanto há de identificação minha com o ocorrido e envolvidos. O que nos desconserta, que passa a ser divulgado e propagado tem algo de mim, de ti, um pouco de todos e desta forma acaba por gerar inquietudes e alvoroços.

Frente à reação do famoso Will Smith que, se rendeu à fúria pela piada sem graça (para ele foi sem graça e ponto) acerca da imagem da sua esposa e que sofre de uma doença autoimune, existem vários julgamentos e a situação, de fora, está sendo analisada e discutida por vários pontos de vistas diferentes. Provavelmente conforme o meu “eu” projetado ali, naquele lugar, naquela situação será a leitura que farei, consequentemente, os julgamentos (como se tivéssemos o direito disto, mas...). Há quem o vê como agressor, há quem o vê como herói. Há quem o vê como machista, mas há quem o vê como homem com H maiúsculo em ato protetivo, extremamente envolvido pela dor da esposa. E há também quem sofreu uma decepção a partir de uma atitude impulsiva do ídolo, mas há quem passou a admirá-lo ainda mais...

Dentre tantas formas de sentir, enxergar e avaliar as situações que ocorrem em nosso entorno, para mim, há uma única certeza: A de não saber, realmente, o tamanho da dor do outro. Como diz o ditado, não sabemos o tamanho real da pedra do calçado do outro e o quanto está a machucá-lo. Todos nós temos as nossas pedrinhas que machucam. Todos nós temos as nossas dores. Porque a vida tal como ela é, de verdade verdadeira, é movimento, é oscilar entre assumir papéis de força e de fragilidade, é a necessidade constante de, mesmo que aparentemente seja tudo perfeito, administrar uma porção de coisas que nos colocam em xeque. A vida é assim. Acertos e erros. Derrapar na curva, perder-se e achar-se. Uma constante busca por equilíbrio.

Suspeito que o choque maior para nós todos é que, ao vivo e a cores, houve o descortinar-se de uma vida perfeita. Onde tudo parecia ser ideal: Fama, sucesso, um casal lindo, um ator concorrendo a estatueta de “melhor”, enfim, descobriu-se que também existe dor. E nada mais, nada menos que com o intuito de reflexão (me abstenho de qualquer avaliação, sequer julgamento do comportamento do ator) que me pus a escrever sobre. As dores sentidas e vividas no percurso, no fluxo, durante a vida em movimento não significam problemas. O problema está em não as admitir e em surpreender-se quando estas são escancaradas. O problema é não tratar a si e aos outros com gentileza, porque qualquer um em qualquer momento pode estar vulnerável. Então, na dúvida, sejamos sempre gentis (iniciando por nós)!  


Luciele Monteiro Osório - Psicóloga

- Especialista em Transtornos da Infância e a da Adolescência na Clínica Interdisciplinar
- Especialista em Psicologia Jurídica - Ênfase(s) em Família (s)
- Especializanda em Neuropsicologia

Formada em 2008 pela Unifra, desde então atua nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional. Além disso é mãe da Laís, sua melhor experiência prática do desenvolvimento infantil, esposa, filha, irmã, tia, do lar... Enfim, assume multi papéis, o que é típico da mulher da atualidade.

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