COLUNAS - COMPORTAMENTO


Tenho criado uma criança que se preocupa com os outros?
31/08/2023 00:00:00

De acordo com o dicionário da nossa língua portuguesa, “empatia é a ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias” e ainda me arrisco complementar esta descrição com: Ação esta que não é uma característica inata, não depende apenas da genética, contudo, precisa ser trabalhada e incentivada pela família desde a primeira infância.

            Para que nos relacionemos com adultos empáticos é preciso treinarmos as crianças para desenvolverem esta habilidade, que é tão falada hoje em dia, mas nem sempre praticada. Os pequenos são reflexos do meio, do seu meio e dos ensinamentos os quais, enquanto pais, determinamos como prioritários (ou não). As crianças respiram o nosso ar, inspiram os valores que estamos dispostos a ensinar e, por fim, expiram as atitudes aprendidas, primeiramente, em casa.

            Por isso que se as crianças, entre si, em relação e convivência com os outros não estiverem sendo tão habilidosas socialmente, não podemos culpá-las. Crianças são folhas em branco, novinhas em folha, que com o passar do tempo vão sendo preenchidas com a história que contamos e imprimimos a elas. Porém, isto não quer dizer que se as crianças não são culpadas hajam culpados que careçam de julgamento e punição, mas de repente pais, que dentre várias outras responsabilidades e demandas (que são muitas), estão desatentos, consumidos pela rotina e afazeres, encurralados em agendas apertadas de pais e filhos e hiper-interessados no desenvolvimento cognitivo, proporcionando mil atividades para além da escola com intuito de prepará-los para um futuro promissor, em busca de destaque e sucesso, mas esquecendo que uma vida próspera em todos os sentidos demanda, também, de inteligência emocional e competências sociais.

            É preciso prepará-los e instrui-los tecnicamente, mas é essencial que aprendam conosco a viver em sociedade para o tão falado “mundo melhor”. Devemos priorizar a educação das emoções, de habilidades e valores, que acontece por meio de diálogo, muito diálogo e pela via dos exemplos.

            Estas são as duas principais estratégias para ensinar as nossas crianças sobre empatia. Ocuparmo-nos de situações do dia a dia para ajudá-los a despertar e dilatar os olhares para questões inclusivas, para perceberem as diferenças com respeito, para entenderem que cada ser tem um modo de funcionamento muito particular e está tudo bem, questioná-las sobre “e se fosse contigo?” a fim de despertar a responsabilidade afetiva que anda de mãos dadas com a empatia. Bem como, antes de tecer ou ouvirmos calados julgamentos, buscarmos junto aos pequenos tentar entender o que se passa com o outro, o pano de fundo que pode justificar determinado comportamento e reações que foram alvos de críticas e/ou até deboche...

            Além disto, existem literaturas infantis e infanto-juvenis que trazem à tona a temática que podem ser lidas. E, obviamente, a escola é uma ótima parceira ao estar interessada em incluir no seu planejamento curricular temáticas relacionadas a valores, cooperação e trabalho em equipe, habilidades sociais e emocionais.

            Enfim... Para um mundo verdadeiramente melhor e gentil devemos incluir na nossa lista de deveres, como pais e educadores, praticar a empatia e desenvolvê-la em nossas crianças. Afinal, a sociedade é “apenas” o reflexo das nossas atitudes e das nossas ações. É como diz o ditado: Colhemos o que plantamos!

            E qual e como será a sua colheita? Para pensar...


Luciele Monteiro Osório - Psicóloga

- Especialista em Transtornos da Infância e a da Adolescência na Clínica Interdisciplinar
- Especialista em Psicologia Jurídica - Ênfase(s) em Família (s)
- Especializanda em Neuropsicologia

Formada em 2008 pela Unifra, desde então atua nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional. Além disso é mãe da Laís, sua melhor experiência prática do desenvolvimento infantil, esposa, filha, irmã, tia, do lar... Enfim, assume multi papéis, o que é típico da mulher da atualidade.

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