COLUNAS - COMPORTAMENTO


Memórias afetivas: Por que devemos construi-las?
11/10/2023 00:00:00

Volta e meia me coloco a divagar e pensar sobre questões como: “O que realmente importa nesta vida?”; “Daqui 10 anos ao olhar para trás, ficarei contente com a minha história?”; “Serei feliz com tudo que construí?”; “A tela da minha vida que estou pintando está colorida?”; “Quais as marcas e legados que estou deixando?”; “Que tipo de mãe estou sendo?”; “Quais registros a minha filha terá de mim?” e várias outras indagações, que as respostas nem sempre servem de alento, mas servem como chacoalhões para seguir indo em busca daquilo que me motiva e me faz bem.  E o mais interessante e cada vez mais perceptível é que, tantos as perguntas como as respostas, não estão atreladas à realização financeira em absoluto, mesmo que isto seja parte importante para as conquistas. Mas hoje já consigo perceber que o meu ápice de realização é e será diretamente proporcional às memórias afetivas positivas que terei e proporcionarei.

            Quanto mais eu as tiver e construir, terei inúmeros sinais e provas que a vida está valendo a pena. Tudo aquilo que me remeter a um bom momento passado, a um sentimento especial já vivido, que me fizer sentir a alegria e sorrir somente em relembrar, que me fizer sentir borboletas na barriga e me encher de entusiasmo perante as boas lembranças e que me dão a certeza que tudo valeu a pena são marcadores, para mim, de uma vida suficientemente boa.

            É claro que ao longo da nossa jornada as memórias afetivas repletas de emoções não tão “boas” farão parte, marcam tanto quanto as positivas e quem nunca se deparou com uma situação, lugar, pessoa, cheiro, comida, etc... que instantaneamente fez um resgate de algo dolorido que foi vivido? Afinal, nem tudo são flores. No entanto, é preciso maturidade para encarar estas memórias afetivas que são gatilhos de dor e administrá-las para que não se sobressaiam das positivas que nos movem, que ajudam a fazer ressignificações e a continuar sempre em frente apesar de um “tsunami emocional” que possamos ter vivido.

E é tudo muito peculiar e particular. O que marca para mim e se transforma em memória afetiva, tomada de sentimentos e emoções, pode não significar absolutamente nada para uma outra pessoa, nada mais nada menos porque somos diferentes e percebemos tudo ao nosso redor sob nosso ângulo. Para cada pessoa, uma memória única e que tem a função de trazer à tona uma pulsão, uma sensação e alterar o comportamento.

Quanto mais memórias positivas, a ciência explica, maior a chance de construirmos um ambiente mais amoroso e positivo, tomado por bom-humor, sentimento de realização, prosperidade e vínculos sólidos e duradouros entre as pessoas. É por isso que, em meio a uma rotina atribulada e exigente, é preciso parar, se questionar e se permitir dar uma trégua do trabalho para fazer coisas que irão proporcionar o “quarteto da felicidade”, que são os 4 hormônios da felicidade: Serotonina, dopamina, endorfina e oxitocina.

Uma comida, uma viagem, uma fugidinha da rotina, contemplar o pôr do sol num dia desses, a leitura de um livro, ir a um parque ou pracinha com os filhos, fazer um pic-nic com eles, levá-los e buscá-los na escola, assistir um jogo, uma apresentação deles, ser parceiro para ir a um show, ir a uma festa e estar com amigos queridos... (Falando nisso, minhas memórias afetivas foram reativadas com sucesso nesta última semana e a partir disto, inclusive, fiz as minhas reflexões e eis que este texto foi escrito).

 Há memórias afetivas que podem ser construídas gratuitamente ou se não, construa aquilo que é compatível com o seu mundo.  Contudo, as construa e através delas construa laços, solidifique vínculos e escreva uma história, que apesar dos pesares, o que prevalece é o afeto e a satisfação pelas coisas terem sentido e gostinho doce, de alegria!


Luciele Monteiro Osório - Psicóloga

- Especialista em Transtornos da Infância e a da Adolescência na Clínica Interdisciplinar
- Especialista em Psicologia Jurídica - Ênfase(s) em Família (s)
- Especializanda em Neuropsicologia

Formada em 2008 pela Unifra, desde então atua nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional. Além disso é mãe da Laís, sua melhor experiência prática do desenvolvimento infantil, esposa, filha, irmã, tia, do lar... Enfim, assume multi papéis, o que é típico da mulher da atualidade.

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