A vida pulsa neste retorno das aulas. Nós pais somos convidados a restabelecer a rotina por inteiro, lembrando que o corre-corre do dia a dia está prestes a reiniciar. Um misto de frio na barriga e felicidade!
As crianças, algumas eufóricas, outras melancólicas vivendo o luto pelo fim das férias e outras ansiosas pelas novidades, também estão sendo solicitadas a se reorganizar.
E não é só a escola que retorna, mas com ela e em paralelo, as inúmeras atividades extracurriculares contribuindo para tornarem nossos dias mais dinâmicos. E, inclusive, a quantidade de tarefas e compromissos que tornam as agendas de crianças e adolescentes repletas – do ponto de vista psicológico – me preocupa bastante.
Os pequenos são naturalmente curiosos e ativos. Existem inúmeras possibilidades ao alcance deles. Nós somos pais hiper preocupados com o futuro e queremos ofertar tudo que é possível a fim de proporcionar evolução e bons desempenhos. Porém, a consequência disto é crianças e adolescentes super ocupados em tudo e com tudo, desdobrando o tempo para darem conta dos mil e um afazeres, mas... sem tempo para simplesmente SER!
Aqui em casa estamos travando uma conversação muito séria frente a tantas opções: Futebol, oficina de crossfut, oficina de vôlei, patinação, aula de laço, além dos insubstituíveis inglês e escola. Nosso intuito é priorizar e escolher poucas e boas atividades que trarão sentido e saúde (física e mental). Portanto, uma coisa é certa: Não abrimos mão da Laís ser criança. Não abrimos mão dela ter tempo vago. Não abrimos mão dela enfrentar e administrar o tédio. Não abrimos mão dela assumir alguns compromissos e cumpri-los com qualidade e leveza. O nosso lema é “menos é mais”.
Nada contra quem pensa diferente, obviamente. Cada família configura a sua rotina e dinâmica a partir daquilo que acredita e está tudo bem!
Porém, o que se observa são seres imaturos, hiperestimulados, postos em hiperatividade e que estão sofrendo – cada vez mais cedo – de transtornos ansiosos e estresse devido ao cansaço pelo excesso de responsabilidades. A consequência é um “tiro no pé”, pois eles não irão aprender tanto quanto gostaríamos, o desenvolvimento será prejudicado, os desempenhos não serão satisfatórios e frustrações serão inevitáveis. (Algumas frustrações são necessárias e outras, como neste caso, podem ser evitadas)
O excesso é uma causa de doença mental para os próprios adultos, como a Síndrome de Burnout que é o mal-estar advindo do trabalho. Se os maiores têm prejuízos devido a uma carga horária excessiva de atividades ocupacionais, o que resta para as crianças e adolescentes?
É importante refletirmos acerca do conceito de sucesso dos dias atuais. Há um entendimento distorcido que pessoas de sucesso são aquelas que não têm tempo livre e vago. Que assumem muitos compromissos e têm um modo acelerado de viver. É um equívoco!
Pessoas de sucesso são as que têm saúde mental e física em dia, com tempo para realizarem-se no trabalho e tempo para realizarem-se como pessoas, com pausas para descanso, lazer, convivência familiar e social. E esta “regra” vale muito e igualmente para as crianças.
É tempo de criar espaços na agenda para o ócio-produtivo, que é o período de recarregar energias para usá-las no menos (menos atividades) e garantir muita produtividade. Fica a dica!
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