COLUNAS - COMPORTAMENTO


Outubro, o mês das nossas crianças
14/10/2024 00:00:00

Do que uma criança mais precisa?

            Quando nos tornamos pais junto ao novo papel vem a culpa de intrometida. Há um medo de errar, de não ser suficientemente bons, de deixar algo importante passar despercebido, de negligenciar, de deixar faltar algo e isso, em partes, pode até tornar a maternidade e a paternidade bastante cansativas e tóxicas. Por outro lado, este medo que nos acompanha, sem exageros e excesso de autocobrança, nos auxilia a ser vigilantes e atentos frente ao desenvolvimento infantil dos pequenos, interessados em descobrir as suas reais necessidades e tentar, sempre que possível, supri-las.

            E não raras as vezes, na ânsia de ser bons pais, acabamos por nos confundir em relação ao que é verdadeiramente importante ou nos deixamos cair em ciladas de querer compensar o que sequer requer compensação. Uma maratona por equilíbrio, mas neste quesito de relação pais e filhos tem uma coisa que nunca sai de moda: Não é a quantidade de tempo e nem de coisas que ofertamos a eles que definem o quão assertivos somos, contudo a qualidade daquilo que é disponibilizado e a conexão que é estabelecida ao longo da infância.

            Toda criança tem a necessidade de sentir-se devidamente importante pelos pais que demonstram isso de forma segura através de gestos e ações. Precisa que os adultos sejam interessados, para além da saúde física, sendo capazes de organizar física e emocionalmente um ser que ainda não consegue dar conta de si e das demandas externas sozinho. Toda criança precisa aprender a SER no seu núcleo familiar, muito, muito mais do quer TER.

            Chegar a este entendimento não diminui a responsabilidade e tampouco facilita o nosso papel de educadores, portanto ajuda a compreender que as maiores realizações, as quais deixarão marcas indeléveis, podem acontecer nas vivências da própria rotina, que não têm preço e sim, valor.

            Este texto, inclusive, foi interrompido de ser escrito porque fomos à Pedra do Segredo com a Laís e foi uma tarde incrível! Tenho certeza que foi um Dia das Crianças recheado de memórias afetivas, que tivemos a oportunidade de fomentar ainda mais a nossa conexão. Fui “convidada” a sair totalmente da minha zona de conforto (há quase 10 anos), porque tanto a trilha que realizamos como a maternidade são cheias de desafios, que requerem esforço físico e mental para se chegar ao topo.

            Talvez seria muito mais prático ir à loja e comprar um objeto material para presenteá-la e pronto, missão cumprida. Assim como é mais fácil permitir que faça uso de telas por longo tempo e fique submersa neste mundinho cibernético, diminuindo as solicitações. Mais cômodo, também, fazer de conta que não se vê os desajustes de comportamento ou dizer “sim” para tudo, sem precisar dar conta da frustração que sempre acompanha o “não”. Seria bem mais leve a dinâmica da educação se a responsabilidade de educar fosse dada somente à escola.  Porém, o mais fácil nem sempre combina com o ideal.

            Então, do que uma criança precisa?

            Eis a seguinte resposta: Uma criança lembrará quem esteve com ela, não quem gastou mais. A criança perderá o interesse com o tempo por um brinquedo, por mais caro que tenha sido, a roupa que ganhou deixará de servir. Mas jamais esquecerá do amor que um dia recebeu!

            Invista em conexão. Colecione memórias.

           


Luciele Monteiro Osório - Psicóloga

- Especialista em Transtornos da Infância e a da Adolescência na Clínica Interdisciplinar
- Especialista em Psicologia Jurídica - Ênfase(s) em Família (s)
- Especializanda em Neuropsicologia

Formada em 2008 pela Unifra, desde então atua nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional. Além disso é mãe da Laís, sua melhor experiência prática do desenvolvimento infantil, esposa, filha, irmã, tia, do lar... Enfim, assume multi papéis, o que é típico da mulher da atualidade.

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