COLUNAS - COMPORTAMENTO


A inclusão é para todos e de todos
29/11/2024 00:00:00

                Ó Deus, em que mundo ainda vivemos?

                Em pleno findar de 2024 e em épocas que se fala tanto em inclusão somos agredidos ao ouvir aberrações voltadas à neurodivergência e, ainda, de quem deveria ter o mínimo de informação e conhecimento, de quem se esperaria segurança emocional por tratar-se de uma pessoa “poderosa” frente a um cargo público. O Ministro do Superior Tribunal da Justiça (STJ), em um evento há 6 dias, em uma fala infeliz e repleta de preconceitos disse que o TEA – Transtorno do Espectro Autista – é um “problema” e os suportes terapêuticos em clínicas especializadas comparados a um “passear na floresta”.

                Total falta de respeito, em primeiro lugar. E, também, a maior demonstração de desconhecimento sobre a causa. E qual o resultado de condutas assim? Arrogância, ignorância e despreparo, que acaba por influenciar negativamente a vida de milhares de crianças, adolescentes e familiares.

                Nunca haverá inclusão com capacitismo e ideias restritas. A verdadeira e única forma de incluir é com capacitações, disponibilidade para pensar “fora da caixa”, compreender e entender as singularidades que todo mundo tem (pois ninguém é igual a ninguém), com respeito, amorosidade e empatia.

                Está mais do que na hora de entender que o problema não é a criança ou o adolescente ou o adulto ou o diagnóstico que podem carregar, mas o grande problemão está no preconceito, no julgamento, na ignorância – mesmo com inúmeras possibilidades de aprendizagens e aperfeiçoamento – e na ausência de políticas públicas. E, sim, o contrário disso ainda acontece e muito, não só longe de nós, mas bem perto.

                A inclusão faz parte e é dever de todos nós. Não cabe a apenas uma parcela de pais ou professores que possuem filhos ou alunos atípicos. Devemos estar todos preparados para incluir e trabalhar em conjunto, porque se trata sim de um trabalho em equipe. Inclusive, em contraponto a minha indignação e desconforto sentidos pela fala do Ministro Saldanha, no dia 12 deste mesmo mês vivi uma experiência feliz e reconfortante que foi ouvir a brilhante Professora Doutora Jéssica Oliveira em uma palestra promovida pela escola Coeducar, com o tema “Família, escola e neurodiversidade: A aliança necessária para inclusão. ” Não vi nem o tempo passar durante a sua fala porque além do conhecimento adquirido eu, como mãe e profissional, estava em estado de êxtase, pois este movimento promovido pela instituição escolar da minha filha e de vários pacientes me proporcionou doses extras de esperança!

                Eu acredito na inclusão porque eu acredito nas pessoas e porque eu acredito no potencial de buscar entendimento acerca desta realidade que está presente em todos os lugares. Eu sei que o conhecimento é libertador! E eu sei que não cabem mais as mesmas estratégias, que os padrões que antes transmitiam confiança hoje não existem mais, que o processo educacional precisa ser revisto, que a sociedade precisa refletir e compromissar-se pela inclusão e que, quem não estiver preparado, que se prepare ou será carta fora do baralho. Porque ao passo que temos cada vez mais profissionais especializados, teremos cada vez mais diagnósticos diversos e, consequentemente, a sociedade como um todo precisa estar suficientemente inteligente para recebê-los sem vê-los como problemas.

                Escolas precisam estar adequadas. Nós, profissionais da área da saúde e da educação, precisamos correr atrás de informações para sempre. Famílias atípicas precisam conhecer seus direitos. E os demais? Precisam refletir sobre suas ideias entranhadas e ao invés de julgamento ou cobrança lançados ao vento sem a mínima noção, devem aprender a olhar a todos com amor, a ver e sentir que é NORMAL ser diferente.

                Não dá mais para aceitar e ser conivente com a exclusão. Somos todos responsáveis, direta ou indiretamente. Por isso convido a embarcarem nessa reciclagem, que não é um convite para algo opcional e fútil. Hoje trata-se de uma demanda real, necessária, urgente e de todo o mundo – literalmente.

               

 A inclusão é para todos e de todos

 

                Ó Deus, em que mundo ainda vivemos?

                Em pleno findar de 2024 e em épocas que se fala tanto em inclusão somos agredidos ao ouvir aberrações voltadas à neurodivergência e, ainda, de quem deveria ter o mínimo de informação e conhecimento, de quem se esperaria segurança emocional por tratar-se de uma pessoa “poderosa” frente a um cargo público. O Ministro do Superior Tribunal da Justiça (STJ), em um evento há 6 dias, em uma fala infeliz e repleta de preconceitos disse que o TEA – Transtorno do Espectro Autista – é um “problema” e os suportes terapêuticos em clínicas especializadas comparados a um “passear na floresta”.

                Total falta de respeito, em primeiro lugar. E, também, a maior demonstração de desconhecimento sobre a causa. E qual o resultado de condutas assim? Arrogância, ignorância e despreparo, que acaba por influenciar negativamente a vida de milhares de crianças, adolescentes e familiares.

                Nunca haverá inclusão com capacitismo e ideias restritas. A verdadeira e única forma de incluir é com capacitações, disponibilidade para pensar “fora da caixa”, compreender e entender as singularidades que todo mundo tem (pois ninguém é igual a ninguém), com respeito, amorosidade e empatia.

                Está mais do que na hora de entender que o problema não é a criança ou o adolescente ou o adulto ou o diagnóstico que podem carregar, mas o grande problemão está no preconceito, no julgamento, na ignorância – mesmo com inúmeras possibilidades de aprendizagens e aperfeiçoamento – e na ausência de políticas públicas. E, sim, o contrário disso ainda acontece e muito, não só longe de nós, mas bem perto.

                A inclusão faz parte e é dever de todos nós. Não cabe a apenas uma parcela de pais ou professores que possuem filhos ou alunos atípicos. Devemos estar todos preparados para incluir e trabalhar em conjunto, porque se trata sim de um trabalho em equipe. Inclusive, em contraponto a minha indignação e desconforto sentidos pela fala do Ministro Saldanha, no dia 12 deste mesmo mês vivi uma experiência feliz e reconfortante que foi ouvir a brilhante Professora Doutora Jéssica Oliveira em uma palestra promovida pela escola Coeducar, com o tema “Família, escola e neurodiversidade: A aliança necessária para inclusão. ” Não vi nem o tempo passar durante a sua fala porque além do conhecimento adquirido eu, como mãe e profissional, estava em estado de êxtase, pois este movimento promovido pela instituição escolar da minha filha e de vários pacientes me proporcionou doses extras de esperança!

                Eu acredito na inclusão porque eu acredito nas pessoas e porque eu acredito no potencial de buscar entendimento acerca desta realidade que está presente em todos os lugares. Eu sei que o conhecimento é libertador! E eu sei que não cabem mais as mesmas estratégias, que os padrões que antes transmitiam confiança hoje não existem mais, que o processo educacional precisa ser revisto, que a sociedade precisa refletir e compromissar-se pela inclusão e que, quem não estiver preparado, que se prepare ou será carta fora do baralho. Porque ao passo que temos cada vez mais profissionais especializados, teremos cada vez mais diagnósticos diversos e, consequentemente, a sociedade como um todo precisa estar suficientemente inteligente para recebê-los sem vê-los como problemas.

                Escolas precisam estar adequadas. Nós, profissionais da área da saúde e da educação, precisamos correr atrás de informações para sempre. Famílias atípicas precisam conhecer seus direitos. E os demais? Precisam refletir sobre suas ideias entranhadas e ao invés de julgamento ou cobrança lançados ao vento sem a mínima noção, devem aprender a olhar a todos com amor, a ver e sentir que é NORMAL ser diferente.

                Não dá mais para aceitar e ser conivente com a exclusão. Somos todos responsáveis, direta ou indiretamente. Por isso convido a embarcarem nessa reciclagem, que não é um convite para algo opcional e fútil. Hoje trata-se de uma demanda real, necessária, urgente e de todo o mundo – literalmente.

               


Luciele Monteiro Osório - Psicóloga

- Especialista em Transtornos da Infância e a da Adolescência na Clínica Interdisciplinar
- Especialista em Psicologia Jurídica - Ênfase(s) em Família (s)
- Especializanda em Neuropsicologia

Formada em 2008 pela Unifra, desde então atua nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional. Além disso é mãe da Laís, sua melhor experiência prática do desenvolvimento infantil, esposa, filha, irmã, tia, do lar... Enfim, assume multi papéis, o que é típico da mulher da atualidade.

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