COLUNAS - COMPORTAMENTO


A criança não se autorregula...
30/03/2023 00:00:00

Voltei!

O mês de março é marcado por semanas que exigem muito da gente (pais x profissionais): Adaptação a novas rotinas, readequações de horários, as crianças em um novo ano escolar e com isso, a necessidade de uma super organização para darmos conta das novas demandas...

Enquanto estava vivendo este período na íntegra, dividindo o meu tempo entre profissional e mãe, já sabia que o meu próximo texto seria sobre esse assunto: O quanto, por mais espertos, astutos e com sede de independência que sejam os nossos pequenos, eles necessitam de suporte para se autorregularem e organizarem-se para enfrentarem uma nova fase.  

Por aqui este ano letivo (como tudo aquilo que é novo) está sendo uma “caixinha de surpresas” e ao mesmo tempo que é uma delícia, pode ser um pouco assustador. Pela primeira vez estamos assimilando a ideia de ter provas, aprendendo a estudar para estas, um cronograma de avaliações, cadernos separados por matérias, enfim, coisas que aos olhos de um adultos são relativamente normais e simples, mas para uma criança é o suficiente para suscitar nela uma explosão de emoções.

E está aí o grande segredo para um aporte verdadeiramente seguro, que levará a criança emancipar-se com altivez e segurança: Nunca banalizar os feitos e os sentimentos de uma criança! Entendê-la como principiante em muitas, ou na maioria das situações é primordial! É preciso tentar ver o novo cenário sob a percepção dela, que está cheia de borboletas na barriga ao aventurar-se no até então desconhecido!

Quando dizemos a ela frases do tipo: “Isso é muito fácil!”; “Não é motivo de preocupação!”; “Não precisa ficar ansiosa, porque isso é muito simples” – apesar da fala estar repleta de boas intenções – podemos ao invés de encorajá-la plantar uma ideia de que não é boa o suficiente por não estar conseguindo dar conta daquilo que ela está tendo um grau de dificuldade, sim.

Em contrapartida podemos falar assim: “Logo, logo quando aprender, vai ser muito fácil!”; “Eu entendo que é tudo novidade, mas é só uma questão de tempo para perceber que dará conta!”; “É normal nos atrapalharmos no início de novos projetos, fica tranquila, estou aqui para ajudar!”; Está preocupada, então, vamos juntas construir algumas estratégias para lidar com isso de uma forma mais tranquila e organizada?”

Falas assim não menosprezam os sentimentos dos pequenos e eles, de fato, sentem-se mais compreendidos, acolhidos e acabam por não achar que só eles que estão perpassando por dificuldades ou que eles próprios são os problemas.

E toda caixinha de surpresas aberta no início de novas fases está acompanhada de uma caixinha de sentimentos dos mais diversos tipos: Euforia, alegria, medo, ansiedade, insegurança, coragem, saudade, felicidade, orgulho, frustrações, etc. e uma coisa é certa: As crianças não saberão dar conta disso tudo sozinhas porque pela imaturidade cerebral elas ainda não se autorregulam e também por esta imaturidade elas não conseguem organizarem-se sozinhas, criarem uma rotina sozinhas, executarem todos os seus projetos sozinhas sem orientação e supervisão. Ou seja, são os adultos disponíveis física e mentalmente que devem regular as emoções de uma criança e organizá-la no ambiente, no tempo e conforme as prioridades e, quanto menores, mais presença e acompanhamento necessitam.

Marcos Piangers, autor do livro Papai é Pop e o qual tenho muito apreço, numa de suas palestras para pais em uma escola disse: “Não tenha filhos se você não tem tempo, se tem muitas contas para pagar, se precisa ir na academia. Não tenha filhos se está muito cansado, se não tem saco para lidar com criança. Não tenha filhos!”

É... Ser mãe e pai requer entrega, altruísmo e coragem!

Os filhos construirão a independência dependendo de nós. Isto é fato! Independente de todos os nossos afazeres e hobbys (que são muito importante tê-los) eles estarão sempre esperando e necessitando de nós.

E foi por isso que estive ausente por aqui, porque abdiquei de algumas coisas, reorganizei outras, priorizei algumas e estive para a Laís neste período. Aos poucos, entre erros e acertos da minha parte, à medida que ela estiver mais acomodada e organizada irei me tornando menos necessária. Afinal, a maternagem é assim: Um eterno aproximar-se e afastar-se...


Luciele Monteiro Osório - Psicóloga

- Especialista em Transtornos da Infância e a da Adolescência na Clínica Interdisciplinar
- Especialista em Psicologia Jurídica - Ênfase(s) em Família (s)
- Especializanda em Neuropsicologia

Formada em 2008 pela Unifra, desde então atua nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional. Além disso é mãe da Laís, sua melhor experiência prática do desenvolvimento infantil, esposa, filha, irmã, tia, do lar... Enfim, assume multi papéis, o que é típico da mulher da atualidade.

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