COLUNAS - COMPORTAMENTO


Uma dose de inteligência emocional, por favor!
20/04/2023 00:00:00

Ultimamente até parece que estamos em uma maratona ou teste de resistência. Aliás, já estamos sendo testados há três anos quando o inesperado aconteceu e num piscar de olhos estávamos dentro de uma pandemia. De lá para cá estamos correndo atrás do reequilíbrio e, volta e meia, somos achatados com outras novas situações ansiogênicas...
As sequelas emocionais do Covid-19 ainda estão presentes, a falta de chuva que assola nosso estado e atinge, em maior ou menor grau a todos, ataques contra inocentes como o que ocorreu no dia 6 de abril, a insegurança física e emocional que se tornam evidentes, a dengue, o racionamento de água na nossa cidade... 
Não há quem saia ileso diante de demandas extremamente desconfortantes que colocam em xeque a saúde mental de qualquer sujeito. Pois, gatilhos são disparados e o maior de todos os medos e o pano de fundo de qualquer transtorno de ansiedade fazem-se presentes: O receio de perder, de se perder, de ter a integridade física atingida, de nossas necessidades básicas não serem supridas... É natural que as emoções, por ora, estejam a flor da pele!
É compreensível, então, que estejamos apreensivos, contudo, nunca foi tão necessário validar os nossos e os sentimentos dos outros através de uma escuta ativa e interessada. E arrisco dizer mais: Nisto tudo o que fará que saiamos campeões desta corrida maluca é a nossa capacidade de pensar e agir de forma inteligente emocionalmente.
Há uma linha muito tênue e quase invisível que separa a saúde da doença e, em tempos áridos é preciso atentarmos aos sinais de uma ansiedade avassaladora. Além dos sintomas físicos, a ansiedade influencia o comportamento, as emoções e o pensamento tornando tudo ainda pior, para além das demandas que já precisamos dar conta. A incapacidade de analisar os fatos, a ausência de pensamento crítico, a fuga do real e do concreto e uma imaginação que leva ao sofrimento são sintomas de um quadro ansioso severo. Cria-se uma realidade paralela e que nela tudo cabe e tudo é possível, gerando um estado de pânico. 
Isto não significa que é doentio sentir-se ansioso ou ter medo ou insegurança. Inclusive as nossas emoções podem ser nossas aliadas, utilizando-as a nosso favor: O medo, por exemplo, quando funcional é totalmente preventivo e nos ajuda a tomar atitudes de segurança. O desconforto pela falta de água e, consequentemente, o desprazer que isto acarreta pode transformar a nossa futura forma de agir, tornando-nos mais conscientes. A ansiedade perante uma situação pode resultar em atenção e assim por diante. Mas o pânico nunca será transformador e não contribui em nada para a evolução, só causa dor. 
Não há sentimentos certos ou errados. As nossas reações sim que podem tornarem-se inadequadas e necessitadas de regulação. E não tem nada de errado se por ventura não estivermos conseguindo fazer isto sozinhos! Está tudo bem em buscar ajuda quando se perceber vulnerável, instável e adoecido (ou quase). É fato que nem todo mundo consegue lidar da mesma maneira diante de fatos estressores e, ainda, quem já sofre ou sofreu de ansiedade anterior tende a desestabilizar-se com mais facilidade.
Atente-se aos sinais, concentre-se em perceber como está reagindo às circunstâncias, se os pensamentos estão muito acelerados ao ponto do coração acelerar também, se está sofrendo por suposições e tem pensando ou falado muito a expressão “e se...”, “e se tal coisa acontecer...” numa busca cansativa de precaver-se daquilo que nem se sabe ao certo ou simplesmente não se sabe se pode acontecer. Cuidado com o que vê, com o que tem escutado, o que tem buscado e o que tem compartilhado. Use filtro e não é filtro solar! É filtrar as informações, afinal, se a mente está inquieta ela não está precisando de mais coisas que irão torná-la ainda mais preocupada. Prefira investir em fontes seguras, que trazem conteúdos de confiança e veracidade. E, sempre que possível, opte por aquilo que irá desintoxicar, ou seja, servirão de acalento, de alegria e de ansiolíticos naturais.
Prevenção é usar a emoção a nosso favor diante de um fato concreto, sem perder a lucidez, agindo de forma eficiente e inteligente para que de fato consigamos solucionar ou ao menos lidar melhor com aquilo que está nos preocupando. 
E é neste teste, um teste de inteligência emocional, que precisamos ir muito bem e isso conseguiremos se, primeiro, cuidar da saúde mental! 


Luciele Monteiro Osório - Psicóloga

- Especialista em Transtornos da Infância e a da Adolescência na Clínica Interdisciplinar
- Especialista em Psicologia Jurídica - Ênfase(s) em Família (s)
- Especializanda em Neuropsicologia

Formada em 2008 pela Unifra, desde então atua nas áreas da Psicologia Clínica e Organizacional. Além disso é mãe da Laís, sua melhor experiência prática do desenvolvimento infantil, esposa, filha, irmã, tia, do lar... Enfim, assume multi papéis, o que é típico da mulher da atualidade.

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