COLUNAS - ECONOMIA


A inflação perspectivas para 2024
07/02/2024 00:00:00

O conceito de inflação, remete ao aumento persistente e contínuo nos preços praticados. Uma das consequências de uma inflação elevada é a perda do poder aquisitivo, ou seja, os preços aumentam e seus rendimentos permanecem os mesmos, assim lentamente vamos empobrecendo. A inflação brasileira encerrou 2023 dentro do teto estabelecido para a meta, alvo perseguido pelo Banco Central, fato este que não ocorria desde 2020. Depois de passar anos em patamar muito elevado, a inflação brasileira deu uma trégua em 2023. O Índice oficial de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), teve alta de 0,56% em dezembro e encerrou o ano com um avanço de +4,62%. Observamos dois motivos para este resultado positivo. Primeiro o câmbio, boa parte da contribuição positiva para a inflação veio da queda da cotação do dólar. O câmbio, que estava na casa de R$ 5,20 em janeiro passado, encerrou o ano em R$ 4,86. A depreciação do dólar frente ao real fez com que produtos e insumos importados ficassem mais baratos. O segundo, as commodities, os produtos negociados no exterior, como grãos e metais, ficaram mais baratos ao longo de 2023. A safra recorde colhida no campo brasileiro no primeiro semestre do ano passado foi um dos motivos para o aumento da oferta de grãos no cenário internacional. E os efeitos dessa oferta maior também alcançaram outros alimentos consumidos pelos brasileiros. Por exemplo: como o milho e a soja são base para a alimentação de rebanhos, o preço da carne caiu no ano passado. A categoria de alimentos registrou deflação de 0,5% em 2023, foi a primeira vez que isso aconteceu desde 2017. Já o recuo nos preços de metais contribuiu para uma desaceleração na inflação dos bens industriais. Na contramão do alívio promovido por fatores externos estão os preços dos serviços. O desemprego abaixo da média histórica faz com que os empresários do setor tenham que pagar mais para suprir a necessidade de mão de obra. Para 2024, os preços de serviços devem continuar a ser uma preocupação. Não é esperada uma desaceleração significativa do mercado de trabalho brasileiro, o que significa que o desemprego deve se manter abaixo da média histórica e os salários devem continuar subindo acima da produtividade. Outro risco para a inflação brasileira é a elevação das alíquotas do ICMS (tributo que incide sobre diversos produtos e serviços) em alguns estados, tendo em vista perdas recorrentes da reforma tributária aprovada. O reajuste do ICMS tem potencial de acrescentar 0,25 ponto percentual ao IPCA de 2024.  Diante dos riscos e da pressão sobre os preços, a conduta do Banco Central na política monetária deve ser cautelosa. Especula-se que a inflação ainda em patamar elevado justificará a decisão do Copom de manter as doses de redução de juros na proporção atual (0,5 ponto percentual por reunião), ao invés de acelerar os cortes, desta forma, a expectativa em 2024 é de uma taxa Selic em +9,25%.


Mateus Sangoi Frozza - Economista

Economista e Professor da Universitário.

Foi Coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Administração da Universidade Franciscana (UFN).

Secretário de Finanças no Município de Santa Maria (2019/2021).

CEO da Tride3 Consultoria e Treinamentos

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