Depois de crescer de forma constante na primeira metade de 2023, a economia brasileira estagnou. Essa pausa no crescimento foi temporária: em 2024, o aumento das despesas do governo e das exportações devem impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Mas o longo prazo preocupa pode vir a causar preocupação, principalmente nas contas públicas. Ressalta-se que com os investimentos em queda, dificilmente o Brasil vai manter o vigor sem causar desequilíbrios. Os números divulgados pelo IBGE na semana passada confirmam: a economia brasileira perdeu fôlego na metade final de 2023. No quarto trimestre, o PIB manteve estável o mesmo resultado registrado no trimestre anterior. Ou seja: a economia cresceu de forma vigorosa no primeiro semestre de 2023 e depois estagnou. No saldo do ano, ainda houve um bom resultado: o PIB avançou 2,9%. Em 2024, o Brasil deve vivenciar um crescimento econômico menor. Mas o leitor deve estar se perguntando, mas o que deve sustentar o crescimento do Brasil em 2024?
- Gastos do governo: os estímulos fiscais decorrentes do aumento do consumo do governo e de programas de transferências de renda devem, mais uma vez, contribuir para impulsionar o crescimento. Além disso, o pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios (indenizações judiciais do Estado a cidadãos e empresas) deve prover algum estímulo para o consumo, em especial, nos primeiros meses do ano.
- Exportações: o aumento da produção de petróleo e a safra de grãos ainda em patamar elevado devem sustentar o aumento das exportações, ainda que em grau menor do que o registrado em 2023.
- Juros menores: a Selic está em 11,25% ao ano e deve cair para 9,25% até meados deste ano, segundo nossa projeção. Juros mais baixos representam um custo menor para as linhas de financiamento usadas pelos brasileiros. A perspectiva de mais cortes de juros pelo Banco Central deve ser um ponto fundamental para tentar reforçar o consumo e, principalmente, os investimentos no país.
Vale ponderar que os juros na casa de 9% ainda representam um patamar restritivo, razão pela qual o estímulo monetário para a economia pode ser limitado. Ou seja: embora o custo do crédito esteja caindo, tal custo ainda é um obstáculo para as decisões de consumo e de investimentos. Em reunião recente, o Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central observou que a demanda por crédito por pessoas físicas e jurídicas está estagnada no Brasil. Ainda que a Selic esteja em queda desde agosto passado, período em que os juros básicos recuaram de 13,75% para 11,25%, a concessão de financiamentos não deslanchou. Outro ponto a ser observado, refere-se ao comprometimento de renda e o endividamento permanecem historicamente elevados, o que reduz a contratação de novos financiamentos. Em relação aos empresários, os mesmos não estão em um quadro favorável. Apertadas por custos maiores, em especial de mão de obra e por um crédito que ainda tem juros elevados, as empresas têm feito menos investimentos. Para que o crescimento no ritmo atual seja sustentável, seria necessário aumentar os investimentos e a produtividade da economia, o que, por ora, não vem acontecendo.
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