COLUNAS - ECONOMIA


O comportamento econômico
05/04/2024 00:00:00

Na última semana nos despedimos do grande pensador econômico Daniel Kahneman, pai da Economia Comportamental e Nobel em Economia em 2022. Seu livro é “Rápido e Devagar” um Best-seller que aborda o comportamento e como consumimos. A economia comportamental combina economia com neurociência, psicologia e outros campos do conhecimento. O mote é tentar entender como as pessoas tomam decisões econômicas, considerando a influência social do agente, seus vieses cognitivos e suas emoções, ou seja, como o meio que estamos manipula nas decisões de consumo. Adianto aos leitores que a economia comportamental, desafia a tradicional, sendo que esta assume que os indivíduos são racionais e tomam decisões que maximizam sempre o seu interesse econômico, o que nem sempre é verdade. Um exemplo da aplicação da economia comportamental é organizar produtos em destaque em uma loja que pode induzir o consumidor a tomar decisões de consumo que são racionais. Outro exemplo é o arredondamento de preços tende a inibir o consumo, quando comparado ao não arredondado. Somos mais propensos a comprar um produto que custa $ 49,99 do que um que custa $ 50,00, mesmo que a diferença seja de apenas um centavo. O cérebro tende a focar no 50 em vez de 49 e desprezar o resto. Nossas mentes seguem padrões, mesmo quando há melhores opções. Tendemos a permanecermos em um mesmo plano (academia, de saúde, celular, etc), mesmo quando há outras opções disponíveis que podem ser melhores. Isso se chama " inércia da escolha". Como um rebanho, tendemos a seguir escolhas de outras pessoas, especialmente quando essa escolha é induzida por influencers. O mesmo pode ser observado em uma eleição, quando preferimos escolher quem está na frente. A febre das garrafas de água é mais um exemplo de que a economia comportamental está de “pano de fundo”. Outra situação está nos gastos desnecessários, extravagantes quando recebemos alguma quantia fora do nosso padrão de renda, tipo bônus. São contas mentais que fazemos e relegamos o nosso padrão de investir por se tratar de um recurso extra.

Neste sentido, preferimos recompensas imediatas as futuras, mesmo que as futuras sejam maiores. Isto é muito comum quando preferimos receber algo hoje com um grande desconto a recebê-lo no futuro, empréstimos se encaixam nesta temática. Outro exemplo clássico diz respeito à nossa aversão à perda. Somos mais relutantes em vender uma ação que está em queda contínua a uma ação que está crescendo o seu valor. Assumir a perda dói mais. Enfim, são inúmeros os exemplos que ilustram a Economia Comportamental e seus achados no processo de tomada de decisão econômica, nem sempre racionais.

 


Mateus Sangoi Frozza - Economista

Economista e Professor da Universitário.

Foi Coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Administração da Universidade Franciscana (UFN).

Secretário de Finanças no Município de Santa Maria (2019/2021).

CEO da Tride3 Consultoria e Treinamentos

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