COLUNAS - ECONOMIA


O preço do arroz subiu mais de 20% em um ano
14/06/2024 00:00:00

Caro leitor, temos um fato! O Brasil produz menos do que consome de arroz e supre a demanda com importação e com estoques de colheitas anteriores. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), nesta safra, o país vai produzir 10,3 milhões de toneladas do alimento, enquanto o consumo deve ser de 11 milhões. Em um ano, o preço do arroz subiu mais de 20% para o consumidor. Em maio, durante as enchentes no Rio Grande do Sul, a alta foi de 1,4% em relação a abril, mas algumas regiões tiveram aumentos mais expressivos, como Aracaju (+8%), Porto Alegre (+6%) e Vitória (+5%). As justificativas de alta, centram-se no clima ruim e no aumento nos custos de produção, que fez com que alguns produtores abandonassem o plantio de arroz e migrassem para atividades mais rentáveis, como a soja, ou seja, reduz área plantada, consequentemente o preço se eleva. Outro motivo está no aumento das cotações internacionais, o preço do arroz subiu no mundo porque a Índia, que detém 35% do comércio global, parou de exportar para reduzir seus preços internos.

Destacam-se ainda que o Rio Grande do Sul passou por três anos consecutivos de La Niña (2021,2022 e 2023), o que provocou secas intensas na região, gerando perdas na produção. Depois, veio o El Niño, que atrapalhou o plantio do grão por causa de enchentes que aconteceram já no segundo semestre de 2023. Mas este não é um fenômeno novo, estudos recentes do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), em 16 anos, a área de plantio de arroz e feijão encolheu mais de 30%, no Brasil todo, com o avanço da soja e do milho, matérias-primas negociadas no mercado internacional e exportadas como ração para animais de criação, como bois e porcos. O Rio Grande do Sul já teve áreas de mais de 1 milhão de hectares de arroz e, hoje, sofre para conseguir uma área de 900 mil hectares, aponta o estudo. A queda de braço entre importar arroz ou não, deve-se concentrar em aspectos técnicos levando-se em conta o histórico de produção e demanda dos consumidores. 

 


Mateus Sangoi Frozza - Economista

Economista e Professor da Universitário.

Foi Coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Administração da Universidade Franciscana (UFN).

Secretário de Finanças no Município de Santa Maria (2019/2021).

CEO da Tride3 Consultoria e Treinamentos

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