Todo mundo quer ganhar mais. Mas para isso a atividade desenvolvida tem que ser complexa ao ponto que o empregador desembolse mais recursos. Os salários atualmente não refletem um aumento na produtividade, pois os empregos gerados estão concentrados em setores de serviços não sofisticados que não exigem alta qualificação. O desemprego caiu para 6.8%, mas setores de alta complexidade continuam com ocupação estagnada. Empregos complexos e sofisticados são mais produtivos porque exigem maior qualificação, especialização e uso intensivo de tecnologia, o que permite aos trabalhadores agregar mais valor ao que produzem. Esses empregos geralmente estão inseridos em setores como tecnologia, engenharia, e finanças, onde a capacidade de inovar, resolver problemas complexos e operar sistemas avançados resulta em maior eficiência e qualidade nos produtos e serviços oferecidos. Como consequência, as empresas em setores sofisticados conseguem gerar mais receita e margens de lucro, permitindo-lhes pagar salários mais altos para atrair e reter talentos qualificados.
Em contrapartida, empregos simples e de baixa produtividade, como aqueles em setores de serviços básicos, geram menor valor agregado, limitando a capacidade das empresas de oferecer remunerações competitivas. O setor químico, por exemplo, continua estagnado em termos de contratações e pessoal ocupado. É um setor que paga mais do que o dobro da média salarial do país. A dependência da importação de bens complexos e a ausência de produção interna contribuem para a manutenção de um mercado de trabalho subdesenvolvido, com empregos de baixa qualidade. As importações de produtos sofisticados crescem a taxas elevadas. A dependência da importação de bens complexos e a ausência de produção interna de produtos contribuem para a manutenção de um mercado de trabalho subdesenvolvido porque o país não desenvolve indústrias que demandam alta qualificação, tecnologia avançada e inovação. Quando uma nação depende de importações para suprir suas necessidades em bens tecnológicos, máquinas sofisticadas e componentes de alta complexidade, ela deixa de criar setores industriais que poderiam gerar empregos de alta qualidade e produtividade.
Esses empregos, se existissem, exigiriam habilidades especializadas e ofereceriam salários mais elevados, além de promoverem o desenvolvimento de uma cadeia produtiva local, impulsionando a inovação e a competitividade. Em contraste, sem essas indústrias, o mercado de trabalho tende a se concentrar em empregos simples, de baixo valor agregado, que não exigem qualificação elevada e, por consequência, pagam salários mais baixos. Isso perpetua um ciclo de baixa produtividade e limita as oportunidades de desenvolvimento econômico sustentável, já que a economia permanece focada em setores menos dinâmicos e menos propensos a impulsionar o crescimento de longo prazo. Concluo com uma frase que por vezes, digo em aula, quem estuda pouco, aprende pouco, produz pouco e ganha pouco.
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