COLUNAS - ECONOMIA


Sem complexidade, sem salário maior
06/09/2024 00:00:00

Todo mundo quer ganhar mais. Mas para isso a atividade desenvolvida tem que ser complexa ao ponto que o empregador desembolse mais recursos.  Os salários atualmente não refletem um aumento na produtividade, pois os empregos gerados estão concentrados em setores de serviços não sofisticados que não exigem alta qualificação. O desemprego caiu para 6.8%, mas setores de alta complexidade continuam com ocupação estagnada. Empregos complexos e sofisticados são mais produtivos porque exigem maior qualificação, especialização e uso intensivo de tecnologia, o que permite aos trabalhadores agregar mais valor ao que produzem. Esses empregos geralmente estão inseridos em setores como tecnologia, engenharia, e finanças, onde a capacidade de inovar, resolver problemas complexos e operar sistemas avançados resulta em maior eficiência e qualidade nos produtos e serviços oferecidos. Como consequência, as empresas em setores sofisticados conseguem gerar mais receita e margens de lucro, permitindo-lhes pagar salários mais altos para atrair e reter talentos qualificados.

Em contrapartida, empregos simples e de baixa produtividade, como aqueles em setores de serviços básicos, geram menor valor agregado, limitando a capacidade das empresas de oferecer remunerações competitivas. O setor químico, por exemplo, continua estagnado em termos de contratações e pessoal ocupado. É um setor que paga mais do que o dobro da média salarial do país. A dependência da importação de bens complexos e a ausência de produção interna contribuem para a manutenção de um mercado de trabalho subdesenvolvido, com empregos de baixa qualidade. As importações de produtos sofisticados crescem a taxas elevadas. A dependência da importação de bens complexos e a ausência de produção interna de produtos contribuem para a manutenção de um mercado de trabalho subdesenvolvido porque o país não desenvolve indústrias que demandam alta qualificação, tecnologia avançada e inovação. Quando uma nação depende de importações para suprir suas necessidades em bens tecnológicos, máquinas sofisticadas e componentes de alta complexidade, ela deixa de criar setores industriais que poderiam gerar empregos de alta qualidade e produtividade.

Esses empregos, se existissem, exigiriam habilidades especializadas e ofereceriam salários mais elevados, além de promoverem o desenvolvimento de uma cadeia produtiva local, impulsionando a inovação e a competitividade. Em contraste, sem essas indústrias, o mercado de trabalho tende a se concentrar em empregos simples, de baixo valor agregado, que não exigem qualificação elevada e, por consequência, pagam salários mais baixos. Isso perpetua um ciclo de baixa produtividade e limita as oportunidades de desenvolvimento econômico sustentável, já que a economia permanece focada em setores menos dinâmicos e menos propensos a impulsionar o crescimento de longo prazo. Concluo com uma frase que por vezes, digo em aula, quem estuda pouco, aprende pouco, produz pouco e ganha pouco.

 


Mateus Sangoi Frozza - Economista

Economista e Professor da Universitário.

Foi Coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Administração da Universidade Franciscana (UFN).

Secretário de Finanças no Município de Santa Maria (2019/2021).

CEO da Tride3 Consultoria e Treinamentos

ACOMPANHE

|
|
ENDEREÇO

Rua Benjamim Constant, 906
Galeria Confiança • Sala 102 C
Centro • Caçapava do Sul, RS
CEP: 96570-000

HORÁRIOS DE ATENDIMENTO

De Segundas a sextas:

• Das 9h às 12h pelo (55) 9.9981-8101

• Das 14h as 17h30 atendimento presencial

JORNALISMO, PUBLICIDADE e ANÚNCIOS

(55) 9.9981-8101

jornalismo@farrapo.com.br

© 2024 PORTAL FARRAPO. Todos os direitos reservados.

Desenvolvimento: