Se existe um consenso entre os países no mundo, este chama-se energias renováveis. Nesse esforço trilionário, o Brasil tem tudo para receber arte considerável dos recursos. Podemos afirmar que o ano de 2015, conduziu o mundo a mudanças em relação a geração de energia limpa. Neste ano, o mundo investiu 1,3 trilhão de dólares em energia fóssil e pouco mais de 1 trilhão de dólares em fontes renováveis, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA). Ao final da 21a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, a COP21, os quase 200 países-membros assinaram um compromisso para conter as emissões de gases de efeito estufa e combater o aquecimento global, que ficou mundialmente conhecido como Acordo de Paris, em alusão ao local de realização da COP. Nunca mais os investimentos em energia fóssil superaram os investimentos em energia renovável. Cabe ressaltar, que nem Brexit, na Europa, eleições de Trump, Bolsonaro e um guerra provocada pela Rússia contra a Ucrânia, abalou os investimentos e as preocupações em energia limpa. Na corrida pela descarbonização global, a cada volta a equipe renovável tira um pouquinho da diferença da equipe fóssil, porém a distância segue enorme e o desempenho do oponente, ainda que não evolua, permanece praticamente estável.
Sobre os investimentos no setor há poucas dúvidas sobre a chegada de investimentos em renováveis. A projeção da IEA é que, nos próximos cinco anos, se instale mais capacidade de geração limpa do que a soma de todos os anos desde a construção da primeira geradora comercial de energia renovável, há mais de 100 anos. Antes mesmo da conclusão da COP28, a agência já previa um acréscimo de 2,5 vezes na capacidade global, pouco abaixo da meta estabelecida em Dubai. Duas fontes, especificamente, dominarão 95% desse volume: solar e eólica. Neste ano, as duas já devem ultrapassar a hidrelétrica globalmente (no Brasil, ainda não). Em 2025, o carvão perderá, depois de mais de um século, o posto de maior fonte de energia global para as renováveis. As usinas solares e eólicas superarão as nucleares em entrega no ano seguinte, e, em 2028, 42% de toda eletricidade no mundo virá de fontes limpas, de acordo com as estimativas da Agência Internacional de Energia. Outro ponto a ser observado é a geopolítica da transição energética, os grupos de afinidades vão sendo formados, e o Brasil, por uma série de motivos, é um jogador cobiçado.
Em meados de janeiro, Helaina Matza, coordenadora especial do programa de parcerias em infraestrutura dos Estados Unidos (PGI), esteve no Brasil para uma série de encontros com empresas, investidores e governo. Sua missão é preparar o cenário para a entrada de dinheiro privado, majoritariamente, no setor de infraestrutura brasileiro, com grande enfoque em energia. O Brasil tem vantagens de ordem natural, pelo país concentrar algumas das melhores áreas de vento e de sol do planeta para a produção de energia limpa; e de ordem econômica. Para algumas regiões brasileiras, esse posicionamento é transformador. Em especial, o Nordeste. Há uma oportunidade, nessa transição energética, para o país corrigir injustiças históricas e reduzir gaps de desenvolvimento entre estados. Em se tratando de energias renováveis, o maior potencial de geração está concentrado em áreas mais pobres, como no Ceará. O estado vive, atualmente, uma euforia pela expectativa da chegada de bilhões em investimentos, graças a características naturais que sempre foram um entrave para o desenvolvimento: o excesso de vento, que prejudica a pesca, e o excesso de sol, que inviabiliza a agricultura. O desenvolvimento parece dar uma guinada aos países e estados com menos progresso e em especial o Brasil, não pode e não deve perder essa janela de oportunidade.
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