COLUNAS - ECONOMIA


Escolher uma profissão muito cedo: O dilema do Brasileiro
27/01/2025 00:00:00

O que você vai ser quando crescer? Pergunta que todo adolescente procura responder, sem mesmo ter uma resposta. Imagine ter 17 anos e tenha que decidir o que você quer fazer pelo resto da vida. No Brasil, como em muitos outros países, essa é a realidade dos estudantes do ensino médio. Os estudantes devem escolher sua área de graduação antes mesmo de pisar em um campus universitário, aliás sem saber o que é uma Universidade. Embora esse sistema tenha suas eficiências, também levanta questões importantes sobre as consequências de longo prazo de forçar jovens a tomar decisões tão precoces e impactantes e com pouco ou nenhuma maturidade. Neste breve artigo, procuro explorar o que as pesquisas dizem sobre esse fenômeno.  No sistema educacional brasileiro, os estudantes precisam selecionar sua área de graduação seja medicina, engenharia, direito ou outra antes de realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que determina seu ingresso na universidade.

Os desafios são enormes, e a pressão é intensa. Decidir tendo como base o que? Essa é uma das tantas perguntas que os jovens se fazem desde o primeiro dia no ensino médio. Pesquisa indicam que jovens entre 18 e 25 anos ainda estão explorando suas identidades, tornando esse grupo etário pouco preparado para fazer escolhas definitivas de carreira, em contrapartida sistemas como os dos Estados Unidos e do Canadá geralmente permitem uma formação geral durante os primeiros dois anos de universidade, dando aos estudantes mais tempo para explorar antes de se especializarem. Já os defensores de uma formação precoce argumentam que a entrada dos estudantes no mercado de trabalho mais cedo, torna-se particularmente vantajoso em países onde o crescimento econômico exige um fornecimento constante de profissionais qualificados. Em contraponto, em estudo recente revelou-se que indivíduos que se comprometeram com uma carreira muito cedo frequentemente apresentaram maiores taxas de insatisfação profissional ao longo da vida.

A rigidez na formação precoce pode deixar pouco espaço para experimentação ou mudanças de carreira, fazendo com que as pessoas se sintam presas em profissões que não lhes trazem mais satisfação. No Brasil, essa rigidez afeta desproporcionalmente estudantes de baixa renda, que podem não ter acesso a uma orientação profissional ou recursos, sejam eles intelectuais ou financeiros para explorar caminhos alternativos. Como consequência, suas escolhas frequentemente são guiadas por necessidades econômicas imediatas, em vez de interesses pessoais ou aptidões, ou seja, não faço a escolha e sim sou escolhido por ela. Para termos um sistema educacional que permita mais escolhas, precisamos ampliar o acesso à orientação profissional e integrar estágios ou experiências práticas no currículo do ensino médio. Para os estudantes o segredo é desenvolver habilidades transferíveis, como pensamento crítico, comunicação e resolução de problemas que podem abrir portas para múltiplas oportunidades no futuro.

 

Mateus Sangoi Frozza – Professor Universitário. Economista. Mestre e Doutor.

Régis Augusto Sandrin – Administrador, Mestre em Economia e Gerenciamento de Projetos, Executivo do setor de Energia Renovável nos Estados Unidos.

 


Mateus Sangoi Frozza - Economista

Economista e Professor da Universitário.

Foi Coordenador dos cursos de Ciências Econômicas e Administração da Universidade Franciscana (UFN).

Secretário de Finanças no Município de Santa Maria (2019/2021).

CEO da Tride3 Consultoria e Treinamentos

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