COLUNAS - TECNOLOGIA


Pensamento computacional e as crianças - Parte 1
08/06/2022 00:00:00

No mundo da tecnologia, possuímos basicamente dois perfis de pessoas que permeiam a existência de um aplicativo ou software: desenvolvedores e usuários. Poderíamos detalhar ambos em diversos subgrupos, porém desta vez, vamos nos ater a estes dois em específico.

E a primeira pergunta que se faz é: para que existe exatamente um software? Em linhas gerais, um software é um algoritmo, ou seja, um conjunto de instruções que o computador entende e processa estruturadamente para resolver um ou mais determinados problemas, sejam quais forem suas naturezas.

Portanto, podemos concluir que um profissional que desenvolve softwares precisa muito antes de apresentar a solução, compreendê-la em sua forma mais completa possível, desmembrar o problema em pacotes menores para só assim organizar determinadas sequencias de ações para partir para suas resoluções.

Se você ainda não é familiar com este nome,  o Pensamento Computacional é a habilidade de organizar e estruturar os conhecimentos necessários para solucionar problemas com eficácia, usando a computação como meio, sendo de forma individual ou coletiva.  E onde entram as crianças nisto?

Pois bem: se você tem filhos, sobrinhos, netos e/ou afilhados já percebeu que na esmagadora maioria dos casos eles são desde muito cedo colocados como apenas agentes passivos de um determinado software sem ao menos questionarmos como ele foi feito e por qual motivo ele existe. Temos instintivamente nossa fase da curiosidade com a famosa pergunta “Por que isso,por que aquilo?”. Porém, infelizmente e subconscientemente, recebemos a resposta “Não sei, é assim e pronto”. Somos nativamente sedentos por respostas e compreensão do motivo das coisas serem como são.


O Pensamento Computacional é um dos três eixos da computação orientados ao ensino que pode ser aplicada através de técnicas computacionais para educar nossos pequenos a organizar seus pensamentos e ideias, buscando soluções para problemas propostos, tudo isso dentro de sua maturidade cognitiva. Estas habilidades poderão colaborar muito para suas formações profissionais e até como cidadãos, pois diariamente somos colocados diante de situações que exijam uma articulação ordenada do pensamento e sua resolução de forma prática e objetiva.

O pensamento computacional possui quatro pilares. São eles:

  • Decomposição — se refere à habilidade de decompor um problema grande em partes menores, o que facilita a sua compreensão e resolução;
  • Abstração — é a capacidade de encontrar o que é mais relevante em uma situação, filtrando o que pode ser deixado de lado;
  • Reconhecimento de padrões — o pensamento computacional, em grande medida, funciona por padrões. Assim, é importante reconhecer repetições e similaridades para buscar soluções;
  • Pensamento algorítmico — está ligado ao uso da lógica e da racionalidade para criar soluções, a partir da sistematização.

Porém, para todas essas habilidades que sejam realmente conquistadas, é necessário  aplicar as atividades corretas.  Uma delas é a abordagem STEM (Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics)  que tem por objetivo desenvolver habilidades ligadas às áreas de Ciências, Tecnologias, Engenharias, Artes e Matemática.

Segundo dados da ZDnet, 2018, cerca de 92% dos empregos no futuro exigirão habilidades para lidar com o mundo digital.

Já a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos, 2022 constatou que novos estudantes estão se matriculando em cursos nas áreas de STEM porque as profissões associadas são vistas como "garantia de emprego" e com maior remuneração.

Nesta primeira parte do artigo, apenas apresentei  o conceito, vantagens da sua boa aplicação e os benefícios a longo prazo que os pequenos podem ter e carregar pelo resto da vida.

Por hora, vamos parar para tomar um mate ou café e absorver este conteúdo de forma organizada e estruturada. Bem-vindos ao Pensamento Computacional!


Fabiano Ferreira - Analista de Sistemas

Formado em 2002 como Analista de Sistemas com ênfase em Mídias Digitais pela Universidade Anhembi-Morumbi de São Paulo, SP
Atuou em agências digitais e de tecnologia em São Paulo, Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria.
Adquiriu em 2015 o sêlo de Empreteco pelo SEBRAE - RS, programa orientado ao amadurecimento de características empreendedoras e permanência sustentável no mercado.
Sócio-Fundador da CRIAPOLIS Inteligência Criativa de Santa Maria, RS. Criada em 2012, atua como gestor e líder de desenvolvimento.

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