COLUNAS - TECNOLOGIA


Código fonte, código compilado e confiabilidade. A ponta do iceberg da T.I.
05/12/2022 00:00:00

Neste ano conturbado de eleições nacionais nunca escutamos tantos termos técnicos a respeito do processo eleitoral e como o pleito transcorre dependente da tecnologia.

Como as urnas eletrônicas obtiveram especial atenção na mídia e todas as controvérsias e polêmicas que a permeiam, é importante esclarecer a quem é leigo no assunto, alguns termos que foram exaustivamente mencionados redes sociais afora.

Mas afinal, o que é esse tal de código fonte?

Em termos populares, o código fonte é nada mais que um conjunto de comandos e instruções que o ser humano entende. Escrito de forma lógica e estruturada, o código fonte é criado pelo programador em uma determinada linguagem, respeitando regras de padrões para que seja processado sem ocorrência de erros.

Se escrito de forma correta, o código fonte será uma espécie de mapa de instruções que o computador deverá processar para chegar a um ou mais objetivos.

Imagine você mesmo durante seu cotidiano:  serviço doméstico, cuidar dos filhos, fazer a comida, pagar as contas, trabalhar, deslocar-se entre trabalho e casa, lavar roupa, lavar louça, etc...  Imagine fazer tudo isso sem nenhuma ordem ou prioridade. Certamente seu cérebro entraria em parafusos. É por isso que estabelecer uma ordem lógica sequencial de atividades e checar uma a uma pós conclusão antes de partir para a próxima é necessário para não ficar sobrecarregado.

Certo, agora que há um código fonte, como saber se ele funciona?

Agora a coisa fica um pouco mais interessante.

Você passou horas planejando, escrevendo e lendo instintivamente seu código fonte na tela a precisa saber se ele vai fazer o que você espera. Como saber se ele funciona?

Como mencionado anteriormente, cada dispositivo (ou hardware) necessita de uma linguagem específica para que o código fonte seja escrito e agora é necessário um cidadão chamado compilador para traduzir tudo isso para a linguagem de máquina. Mas que raios é isso?

Compilador nada mais é que um “liquidificador” de dados.  Ele vai ler todo seu código escrito em “linguagem humana” e criará uma sequência de dados binários que o processador do dispositivo de destino entenderá.

Trocando em miúdos, vai empacotar tudo num arquivo, realizar as validações lógicas e dizer ao hardware: “Olha, o humano quer que você faça essas tarefas aqui, boa sorte”.

Para você ter uma ideia, para que os  Windows 10 / 11 possam existir (sem contar os programas instalados) são estimadas cerca de 65 milhões de linhas de código! Desde mesmo antes de aparecer o logotipo do sistema na tela até seu desligamento total após o comando “Desligar”, blocos e blocos de linhas binárias são checadas em repetição para que todo o processo tenha sido atendido do jeito que foi escrito.

Isto serve para seu computador, seu celular, tablet, até mesmo rádio relógios, alarmes, câmeras de monitoramento, seu carro. Até mesmo aquele seu velho tamagochi tem um sistema rodando infinitamente por “debaixo do capô”.

Finalmente, independente se um sistema tem baixa ou alta complexidade, é necessário um terceiro componente: confiabilidade.

Vamos pegar o exemplo de um avião: você confiaria voar em um determinado modelo de aeronave a qual os critérios de confiabilidade de seus instrumentos não foram totalmente atendidos?  Você arriscaria sua vida em saber que repentinamente algum instrumento possa marcar altitude errada, nível de combustível errado, pressão atmosférica ou mesmo ter radares defeituosos?

Olhe só os casos de acidentes com carros autônomos da Tesla ao redor do mundo. Imagine a quantidade de dados que precisam ser processados para que um automóvel faça sozinho da mesma forma que um humano realiza naturalmente. É absurdamente gigante.

Pois bem. É por isso que todo dispositivo tecnológico necessita passar por exaustivos processos de validação, controle e chancelados por pessoas altamente experientes e gabaritadas no assunto para certificar seu pleno funcionamento baseado em seu código fonte e objetivos a alcançar.

E lembrem-se: nenhum sistema é imune a falhas e não passível de atualizações pois somos nós, humanos falíveis a erros, que estamos a frente deles.


Fabiano Ferreira - Analista de Sistemas

Formado em 2002 como Analista de Sistemas com ênfase em Mídias Digitais pela Universidade Anhembi-Morumbi de São Paulo, SP
Atuou em agências digitais e de tecnologia em São Paulo, Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria.
Adquiriu em 2015 o sêlo de Empreteco pelo SEBRAE - RS, programa orientado ao amadurecimento de características empreendedoras e permanência sustentável no mercado.
Sócio-Fundador da CRIAPOLIS Inteligência Criativa de Santa Maria, RS. Criada em 2012, atua como gestor e líder de desenvolvimento.

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