Nesta terça-feira, 14, a comunidade escolar de São Sepé foi surpreendida com o anúncio oficial sobre o encerramento das atividades educacionais da Rede Notre Dame. A rede, que está há 89 anos no município, encerra as atividades em dezembro de 2025, sendo o prédio ofertado à venda ou locação.
A reportagem do Jornal do Garcia, de São Sepé, conversou com um dos pais, o advogado Tiago Freitas, que destacou como está avançando o processo após o anúncio da Rede Notre Dame.
De acordo com Tiago, a notícia gerou apreensão e incertezas entre pais e funcionários, especialmente diante do número expressivo de alunos matriculados — desde o maternal até o 9º ano do ensino fundamental — e da quantidade de profissionais que perderiam seus empregos.
"O impacto da ausência dessa escola particular com estrutura consolidada seria profundo, não apenas na educação, mas também na economia local, já fragilizada por eventos climáticos e dificuldades econômicas em nível estadual e federal".
Diante desse cenário, um grupo de pais que já havia se mobilizado em 2022, quando a rede anunciou dificuldades financeiras pós-pandemia, voltou a se reunir. A comissão, formada por 14 membros, buscou alternativas para evitar o colapso educacional na cidade. A primeira tentativa foi entrar em contato com outras redes privadas de ensino, mas não houve avanços positivos.
O grupo visitou uma escola cooperativa de pais e professores onde foram acolhidos e orientados sobre como iniciar uma cooperativa própria em São Sepé. A possibilidade de abrir uma filial chegou a ser considerada viável pela equipe financeira e administrativa, mas não foi aprovada pelos demais cooperados.
A alternativa sugerida foi a criação de uma cooperativa local, com apoio técnico e institucional da escola vizinha.
Após diversas reuniões com outras Cooperativas Educacionais do Estado, foi oficialmente repassado à comunidade o plano de criação da cooperativa.
No último dia 13, pais, professores e funcionários se reuniram para dar continuidade aos próximos passos da instituição. O relato é de que a grande maioria da comunidade escolar apoia a criação da cooperativa, demonstrando que há condições reais de estabelecer um ensino de qualidade, onde os cooperados terão voz ativa nas decisões pedagógicas e administrativas.
"Vale ressaltar que a cooperativa educacional ainda não foi instituída, mas iniciamos essa caminhada onde o 1º passo foi a reunião do grupo com a comunidade em geral, buscando alinhar os princípios do cooperativismo. O 2º passo também está sendo construído, após várias reuniões (com Prefeitura, Federação Gaúcha de Cooperados, especialistas das áreas administrativa, financeira, contábil e pedagógica), levantando o números de alunos, despesas, etc., para poder finalizar os estudos de viabilidade econômica e social para sua fundação oficial".
Os representantes da comissão reforçam que há um projeto pedagógico em desenvolvimento, no entanto, para que tudo isso se concretize, é essencial que a comunidade tenha consciência do seu papel diante dos desafios e da importância dos recursos financeiros para a viabilidade do projeto.
Além disso, a cooperativa está aberta ao apoio de empresários locais que desejem contribuir com materiais, equipamentos ou até mesmo apadrinhar alunos em situação de vulnerabilidade, pois atualmente existem mais de 70 alunos bolsistas, que nesse primeiro momento, perderão esses benefícios.
Tiago, que é um dos representantes da comissão de desenvolvimento, destaca ainda a importância de a comunidade compreender e construir uma nova mentalidade sobre o cooperativismo.
Segundo dados oficiais, as cooperativas educacionais crescem em todo o país e já são referência no ensino escolar e técnico, com resultados que se refletem diretamente no desempenho acadêmico e na formação profissional dos alunos.
“O cooperativismo é mais do que uma forma de gestão — é uma filosofia de participação, corresponsabilidade e construção coletiva. Precisamos acreditar nisso para transformar a educação em São Sepé”, afirma.
A expectativa é que a cooperativa, se formada, possa iniciar suas atividades em 2026? finalizou Tiago Freitas, que falou em nome da Comissão de Desenvolvimento da Cooperativa Educacional de São Sepé.
Reportagem- Luís Garcia
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