Percentual é referente às áreas semeadas primeiro ou com variedades de sementes de ciclo precoce.
Na região centro sul do Rio Grande do Sul, área de cobertura da Cotrisul, a estiagem já deixou ao menos 10% das lavouras de soja em estado crítico. A estimativa é do gerente do Departamento Técnico da cooperativa, Fábio Rosso, ao detalhar que os problemas maiores estão nas lavouras plantadas primeiro e nas áreas onde foram usadas sementes de ciclo precoce.
A falta de chuvas é reflexo da formação do fenômeno La Niña, confirmada na última quinta-feira, dia 09 de janeiro, em relatório da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA). Segundo o informe, as condições para o fenômeno devem persistir até abril, com uma provável transição para a normalidade a partir de março.
Os produtores associados à Cotrisul plantam 280 mil hectares de soja, numa área que vai de Pantano Grande a São Gabriel e de São Sepé a Canguçu. A área é grande, assim como é variado o estágio das lavouras. Existem produtores que sequer conseguiram terminar de plantar e pontos onde as plantas já chegaram ao estágio reprodutivo e, com a falta de chuvas, começaram a abortar as flores e a perder as folhas de baixo.
“Se considerarmos que a safra 2025 tenha uma colheita mediana, esse estresse hídrico pode representar uma perda de cinco a oito sacos de soja. Nas áreas em que as lavouras têm potencial de alta produtividade, a quebra pode ser maior”, detalhou Rosso, ao estimar que, em média, os cooperados da Cotrisul devem colher 45 sacos por hectare se a estiagem não se prolongar.
O produtor Bruno Zago, que é também agrônomo da Cotrisul, diz que em suas lavouras já percebe os reflexos da falta de chuva. As plantas estão perdendo os trifólios de baixo e as manchas de cor evidenciam as porções com fertilidade do solo menor.
“Nos talhões onde eu fiz a correção do solo de acordo com as novas recomendações de adubação e calagem (publicadas pela Rede Técnica Cooperativa, RTC, em 2024), as plantas resistem mais, porque desenvolveram melhor as raízes”, observa Zago.
Outros problemas, além da insuficiente correção do solo, também têm sido observados em diversos pontos. Rosso afirma que onde, na safra passada, foi necessário colher com a lavoura molhada, o campo ficou marcado e houve necessidade de gradear. O manejo prejudicou a palhada, que é um dos fatores que ajuda a planta a resistir à estiagem.
“Uma outra situação pode ser vista nas áreas usadas para o gado no inverno. Se essa pecuária não foi feita corretamente e o campo ficou rapado, com pouca palhada, também estamos vendo as plantas sofrerem”, descreveu.
As chuvas na região de abrangência da Cotrisul têm sido muito desparelhas desde dezembro. As medições feitas no escritório central da cooperativa, no centro de Caçapava do Sul, mostram que houve a precipitação de 82 milímetros em dezembro, e não voltou a chover. Nas áreas de lavoura, há registros de chuvas pontuais, entre 30 e 60 milímetros. Mas na maior parte das áreas, ainda não choveu em 2025.
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