O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nessa terça-feira (14), que o País “está em condições de segurança energética” e descartou novamente a retomada do horário de verão. Suspensa desde 2019, a medida foi criada para reduzir o consumo de energia elétrica, aproveitando melhor a luz natural ao adiantar os relógios em uma hora.
No entanto, sua efetividade vinha perdendo força nos últimos anos de vigência, diante de uma mudança nos hábitos de consumo da população.
“O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reúne mensalmente para discutir a segurança energética nacional e a modicidade tarifária (princípio que garante cobrança de tarifas justas). Chegamos à conclusão que, graças ao planejamento e ao índice pluvial dos últimos anos, estamos em condição de segurança energética completa e absoluta para este ano”, disse Silveira.
O ministro reafirmou que não há risco de segurança energética, que é garantida pelo funcionamento das usinas hidrelétricas, e das térmicas nos momentos de necessidade de carga.
“Elas nos dão segurança energética e dependem das nossas térmicas. Por isso, estamos implementando e vamos, na próxima semana, lançar o leilão das térmicas”, disse.
As declarações foram dadas em entrevista ao CanalGov após diversos Estados brasileiros enfrentarem instabilidades no fornecimento de energia elétrica no início da madrugada desta terça. De acordo com Silveira, a falha foi provocada por conta de um incêndio em subestação no Paraná.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a falha no Sistema Interligado Nacional (SIN) teve início à 0h32 com um incêndio no reator da Subestação de Bateias, na região metropolitana de Curitiba, no Paraná, que desligou toda a subestação de 500 kV (quilovolts).
A recomposição das cargas se deu de maneira controlada. E, até 1h30, todas as cargas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste foram restabelecidas. Já as cargas da região Sul foram restabelecidas às 2h30, de acordo com a pasta.
Os efeitos foram distintos, enquanto em algumas localidades a oscilação durou apenas segundos, em outras regiões houve interrupção total do serviço entre 8 minutos e mais de 1 hora.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) confirmou que nesta terça-feira, às 0h32, houve uma ocorrência no SIN que provocou a interrupção de cerca de 10.000 MW de carga, afetando os quatro subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
“Assim que identificou a situação, o ONS iniciou ação conjunta com os agentes para restabelecer a energia nas regiões. Uma reunião com os principais agentes envolvidos na ocorrência está programada para ser realizada ainda nesta terça-feira”, disse. O ONS deverá realizar ainda uma reunião preliminar de análise da perturbação para início de elaboração do relatório de Análise da Perturbação – RAP até esta sexta-feira (17).
Em São Paulo, a Enel esclareceu que a interrupção de energia, que afetou clientes da distribuidora nessa madrugada, por volta das 0h32, foi causada pela atuação do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), de responsabilidade do ONS.
“O procedimento de corte de carga – conhecido como ERAC – acontece de forma automática, quando alguma ocorrência é identificada no SIN, para proteger o sistema elétrico”, disse. Em 8 minutos, por volta das 0h40, os 937 mil clientes afetados em São Paulo tiveram o serviço normalizado.
No Amazonas, a empresa responsável pelo abastecimento, a Amazonas Energia, atribuiu a falha a uma “perturbação” no SIN. O problema afetou bairros das cidades de Manaus, Parintins e Itacoatiara. Segundo a concessionária, a interrupção começou às 00h09 e foi resolvida por volta das 00h25.
Jornal O Sul
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