ECONOMIA
Pitacos do Harri
Assessoria: Farrapo
28/02/2024 14:39:15

Feliz Ano Novo!

Ué, será engano? Parece, mas é uma meia verdade. Aqui no Brasil sempre se fala que do Natal ao Carnaval nada acontece, portanto, o ano está iniciando. Nesta chegada aparecem aqueles montes de hortifrutigranjeiros prontos para serem colhidos. É o grande desafio após as férias e festas de fim de ano, ter que lutar para resolver os pepinos e abacaxis que cresceram neste período. Todos ficam meio atordoados sem saber o que atender primeiro. Passado o primeiro susto é hora de olhar para frente e revisar o planejamento feito anteriormente ou iniciá-lo. Como será o ano? Quais as ações e decisões a serem tomadas levando em conta os cenários hoje existentes? Será que é hora de apostar naquilo que parece que vai acontecer ou fico com um pé atrás? É hora de investir ou aguardar horizontes mais claros? Muitas perguntas!!!! O mais prudente é olhar para dentro, vendo aquilo que pode ser melhorado e analisar os erros cometidos, evitando novas ocorrências. É pouco, mas já é o bastante para este início de ano, depois a gente aguarda que as abóboras, com o andar da carroça, se acomodam. Então Feliz Ano Novo!!!

Cenários para 2024.

Sempre é bom dar uma olhada para frente e projetar aquilo que pode acontecer, lembrando que economia é que nem previsão do tempo, é previsão sem precisão. Vamos lá! É normal analisar os agregados macroeconômicos pois deles derivam os demais, ou seja, a observação é sobre a floresta sem olhar individualmente as árvores. A validade destes cenários é projetar o andar da economia no futuro, possibilitando a tomada de decisões nos negócios, no curto e médio prazo, evitando surpresas. Os números estão aí, são vários institutos e organismos públicos e privados que medem o desempenho da economia, tanto a nível regional como nacional. Cada um com o seu foco em determinado aspecto. Por aqui os dados a serem utilizados serão os produzidos pelo Boletim Focus do Banco Central, que entrevista semanalmente mais de cem especialistas de finanças, basicamente economistas. Os dados são divulgados todas as semanas.  No relatório consta, IPCA, PIB, Câmbio e Selic que, com o olhar de hoje, são projetados os números do encerramento do ano. Periodicamente esta coluna traz estes números possibilitando visualizar as alterações no cenário econômico do Brasil, facilitando a tomada de decisões.

Inflação:

O Banco Central utiliza o IPCA para analisar e projetar a inflação do ano. Em janeiro a projeção era de que 2024 fecharia o ano com um índice de 3,87%, dentro da meta estabelecida que é de 3,00% com margem de 1,5% para cima e para baixo. Vale lembrar que o ano encerrou com uma inflação de 4,62%, portanto os economistas entrevistados projetam uma queda. Hoje a expectativa é de 3,81% para o final do ano. Olhando os últimos dados de crescimento dos preços dos produtos alimentícios e alta nos combustíveis é possível prever que a tendência é de alta do IPCA o que deve ser computado nos próximos boletins. Vai ser uma batalha dura onde o governo usará todas as suas armas para manter a inflação contida, dentro da meta. Quem vencerá?

PIB

O Produto Interno Bruto brasileiro, dentro das expectativas dos economistas das instituições financeiras entrevistados pelo BC, é de queda em relação aos resultados do ano passado. Em 2022 o PIB fechou em 3% e em 2023 ficará um pouco abaixo deste número. Para 2024 o BC estima 1,68% o que representa uma forte queda em relação aos resultados anteriores. Este número espelha o atual momento da economia, com retração nas perspectivas da indústria, índice de confiança em queda, redução nos valores das comanditeis. O último dado da taxa de investimento diz que o Brasil investiu em 2023 apenas 18% abaixo da média histórica que é de 19,8%. Mais um dado que repercute no processo de crescimento da economia é a chegada de recursos externos. No ano passado, o Brasil teve uma queda de 17% de Investimentos Externos Diretos no país. E para este ano a expectativa é pouco otimista. O crescimento no déficit público assusta e inibe os investidores. Até o momento, o governo federal se preocupa somente em aumentar a receita para equilibrar as contas, sem qualquer menção em reduzir despesas. Caso o comportamento destas variáveis citadas permanecerem dentro dessas expectativas, o crescimento econômico do Brasil para este ano deverá ficar abaixo do verificado em 2023, ou seja, bem abaixo de 3%, taxa verificada nos últimos dois anos.

Câmbio.

O BC estima que o dólar este ano deverá fechar abaixo de R$ 5,00, sendo que a projeção hoje é de R$ 4,93. Caso a situação internacional e principalmente a dos americanos se mantiver nos níveis atuais, poucas surpresas deverão acontecer.  

Selic.

A taxa Selic projetada para o final de 2024, segundo o Banco Central, é de 9%. Hoje está em 11,25% e a queda vai depender dos resultados da inflação. Caso ela fique contida nos percentuais atuais a taxa pode cair mas se a inflação trilhar um caminho de alta a redução será muito cautelosa e poderá ficar acima do esperado. Vai continuar caindo? Qual o ritmo da queda? Senhores, façam as suas apostas!

 

Dando uma repassada geral no que foi apresentado, estes dois primeiros meses do ano se assemelham às perspectivas do final de 2023, ou seja, os horizontes continuam nebulosos.  Nesta situação fica difícil projetar grandes investimentos e alterações no planejamento que hoje aponta para cautela e moderação. É chegada a hora de fazer aquele caldo de galinha e ir sorvendo bem lentamente, sabendo que é uma receita sem restrições.

 

Pense.

Só é lutador quem sabe lutar consigo mesmo.

 

Economista Harri Goulart Gervásio

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