ECONOMIA
Pitacos do Harri - Os primeiros 100 dias
Assessoria: Farrapo
18/04/2024 17:56:02

Já se passaram os primeiros 100 dias do ano, sendo oportuno olhar as perspectivas econômicas para 2024. A fonte é o Boletim Focus do Banco Central que é publicado semanalmente. É importante ressaltar, novamente, que são ouvidos mais de uma centena de especialistas do mercado financeiro, ao contrário do que alguns pensam que são números do Banco Central. A base são informações disponíveis e projeções dos agregados econômicos para o final do ano, o que pode ser alterado com novos acontecimentos.

IPCA.

No início do ano o mercado apostava em inflação de 3,87%. Decorrido 100 dias este índice é de 3,71% com o governo considerando inflação contida. Alguns se perguntam, se os preços dos alimentos estão subindo a todo o momento, como que a inflação está contida? Em primeiro lugar, os alimentos são parte do índice e os preços de hoje podem repercutir amanhã. É importante que se diga que o mercado está desconfiado de que esta calmaria aparente possa ser alterada, com altas, pois o consumo está aquecido. Por outro lado, o governo está fazendo tudo para colocar mais dinheiro no consumo o que levará a um aumento de preços. Ninguém se admire se no segundo semestre ela passe dos 4% pois alguns preços estão contidos na marra. Vejam a gasolina e o óleo diesel estão com preços no mercado interno inferiores aos internacionais. Isto terá que ser corrigido e quando isto acontecer a inflação será aditivada.  Se no fechamento do ano o IPCA estiver em 4% já será ótimo.

PIB.

Como já estava previsto o crescimento da economia brasileira, deverá, este ano, ser inferior ao de 2023. Em janeiro o mercado acreditava que o PIB cresceria 1,60% em 2024 e agora a projeção é de 1,95%. É bom lembrar que no ano passado foi de 2,9%. Pelo lado do governo a aposta é de 2,5% e o FMI diz que o Brasil crescerá 2,2% neste ano. Se vê que inexiste muito gás para alimentar um crescimento mais robusto, tanto pela situação interna como também pelo momento delicado no que se refere a economia mundial. O recente recrudescimento da guerra no Oriente Médio, agora com mais um inimigo feroz que é o Irã, atropela o sentimento de que o preço do petróleo tende a subir e isto vai implicar na economia global, pois o mundo ainda está muito dependente do ouro negro. Com a inflação generalizada todos estão se protegendo fazendo as contas nos dedos na hora de realizar importações, desaquecendo os mercados. Internamente o mercado está muito cauteloso, indeciso na hora de investir e sem investimento inexiste crescimento. O setor industrial se encontra com estoque elevado o que impede aumentos na produção. A salvação continua sendo a produção primária que, a muitos anos, vem levando este país nas costas, mas o preço das commodities está bastante reduzido e a produção depende muito das variações climáticas. Tudo indica que o crescimento da economia brasileira neste ano ficará bem abaixo do verificado em 2023.

Câmbio.

As projeções do câmbio tem apontado para um dólar abaixo de R$ 5,00, variando este ano de R$ 4,92 a R$ 4,97. Nos últimos dias com a entrada do Irã na guerra, ele pulou para R$ 5,26. A alta do dólar é nefasta para a economia brasileira porque deixa a produção nacional mais cara e aumenta o custo da dívida. Os próximos movimentos deverão melhor definir os cenários do câmbio.

Selic.

Nesta última pesquisa o Boletim Focus registrou uma projeção de 9,13% da taxa Selic para o final do ano. Na semana passada estava em 9%. É a primeira alta em 15 semanas. Isto é fruto da perspectiva de queda do juro americano ocorra de forma mais lenta, ao contrário do esperado. O juro americano mais elevado rouba investimentos de países emergentes como o Brasil, mexendo com o dólar. Menos verdinhas entrando aqui, reduz a oferta e eleva o valor da moeda americana. Levando em conta que existe uma certa apreensão em relação à inflação que tende interromper a queda e ficar mais elevada, descrédito no governo que insiste em continuar gastando bem mais do que arrecada, e as incertezas no mercado externo, é possível que a taxa de juro brasileira volte ao patamar dos dois dígitos.  

 

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