ECONOMIA
Pitacos do Harri: Analisando o semestre
Assessoria: Farrapo
02/07/2024 14:17:54

Acabou o primeiro semestre, sendo uma época oportuna para análise do comportamento de alguns indicadores econômicos do período e projetar cenários futuros. A opção é sempre pelos macroeconômicos pois estes são isentos de movimentos pontuais. Como de costume, a escolha é pelos divulgados pelo Boletim Focus do Banco Central, que entrevista mais de uma centena de economistas do mercado financeiro, ouvindo as suas expectativas. Os dados semanais do PIB, IPCA, Câmbio e Selic são analisados de acordo com o momento presente, projetando os cenários futuros para o fechamento do ano. É bom que se diga que são previsões e que podem ser alteradas em função de movimentos durante o percurso. São previsões, sem o compromisso de precisões.  

IPCA.

Este indicador é utilizado pelo Governo como inflação oficial. No início do ano os economistas apontavam que o ano deveria encerrar com inflação de 3,87% diminuindo para 3,71% em 12 de abril para logo após vir num crescente até alcançar agora 4% para o final do ano. O último dado divulgado do IPCA apontou uma inflação atual de 3,93%. Levando em conta o movimento de alta nos preços motivado pela diminuição na oferta de produtos básicos, alta da gasolina e derivados e alta do dólar, é possível que no fechamento do ano o IPCA fique acima dos 4%. A inflação está com viés de alta. 

PIB. 

O crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro para este ano, segundo os economistas do mercado financeiro entrevistados pelo BC, em janeiro era de 1,60%. É bom lembrar que no ano passado foi de 2,9%, portanto as expectativas eram de que este ano a economia cresceria bem menos. Hoje os dados apontam que 2024 fechará em 2,09. Este resultado foi influenciado pelo bom desempenho no primeiro trimestre, o que provavelmente deixará de acontecer nos trimestres seguintes. Os dados atuais e os cenários futuros indicam que o desempenho da economia este ano ficará com crescimento em torno de 2% , o que é muito abaixo do desejado e do que era projetado pelo governo central.  

Câmbio.

No início do ano os analistas projetavam um dólar encerrando o ano com R$ 4,92. Esta projeção se manteve sempre em alta estando hoje em R$ 5,20. No último fechamento de mercado do semestre a moeda americana ficou em mais de R$ 5,50. Hoje o real é uma das moedas que teve a maior desvalorização em relação ao dólar. A grande pergunta agora é: continuará com uma desvalorização crescente ou a trajetória será arrefecida? Na verdade, a desvalorização do real está acontecendo devido, em parte, pela falta de expectativa de corte do juro americano pelo Federal Reserve, banco central americano. Outro fato que prejudica a atratividade da moeda brasileira é a dúvida quanto à trajetória fiscal do Brasil. O governo ainda está sem indicar bases sólidas que forneçam garantias de equilíbrio nas contas públicas. Os últimos dados divulgados indicam que o saldo negativo acumulado do ano já está em mais de R$ 42 bilhões, a maior saída de capitais desde 2020. Menos oferta de dólar no mercado, maior desvalorização do real.  No melhor dos cenários, o dólar poderá fechar o ano abaixo da cotação de hoje (R$ 5,50) mas muito próximo das estimativas do BC que é de R$ 5,20. 

Selic.

No final do ano do ano passado a taxa de juro, Selic, estava em 11,75%. O mercado projetava que no final de 2024 ela estaria em 9%. O ano foi passando e começaram os movimentos inflacionários, fazendo com que as expectativas fossem alteradas. Hoje com o movimento mais claro de tendência de alta inflacionária o mercado aponta que o ano deverá encerrar com uma taxa Selic de 10,50% que é a taxa atual.  Existia uma expectativa, principalmente pelo governo, de que o juro viesse para um dígito, mas isto ficou apenas na esperança. A elevação do juro se deve principalmente pela possibilidade de alta na inflação e este mecanismo é capaz de colocar um freio nos preços. Caso ocorra uma alta significativa do índice inflacionário, o Banco Central deve aumentar a taxa Selic.  Dificilmente neste ano a Selic voltará a um dígito!

 

Com certeza, estes cenários servirão como baliza para o planejamento dos seus negócios. Seja prudente. Segure as patacas!

Economista Harri Goulart Gervásio

 

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