Deflação em agosto.
Chamou atenção os dados do IBGE que indicaram que o IPCA de agosto acusou -0,02% de deflação. Isto aconteceu principalmente devido à queda no preço dos alimentos e no índice habitação, os quais tem um peso significativo no cálculo final. Seria muito bom que este resultado se mantivesse porque, aí sim, estaríamos com uma tendência de queda. Hoje as notícias continuam apontando que a inflação deve se manter em alta. Em primeiro lugar está ocorrendo uma elevação no preço da luz em função da adoção, neste mês de setembro, da bandeira vermelha, o que eleva a tarifa. Isto acontece devido o acionamento das usinas termelétricas devido à seca que diminui a agua acumulada nas hidroelétricas. Em segundo lugar as queimadas generalizadas deverão provocar aumento nos preços de vários produtos, destacando neste caso os do açúcar, café, etanol, dentre outros. A deflação foi um resultado pontual que deve ser descartado com vista em horizontes futuros. Hoje o IPCA dos últimos 12 meses está em 4,24%. Segundo projeções do Banco Central ele deverá fechar o ano em 4,30% com viés de alta, especulando-se que atinja a meta de 4,5% projetado pelo governo.
Baita susto!
Este é o termo que pode ser usado para a projeção da Taxa Selic, publicada nesta semana pelo Banco Central. Foi a alta da estimativa do Boletim Focus, que pesquisa a opinião de mais uma centena de economistas ligados ao setor financeiro. É bom lembrar que no início do ano era esperada uma Selic de 9% para 2024, sendo que desde 14 de junho a estimativa vinhas se mantendo em 10,50%. Agora a projeção é de 11,25%. Todo mundo está perguntando o que houve? Olhando o texto acima já é possível tirar alguma conclusão. A inflação continua subindo e o aumento do juro é uma das maneiras mais eficazes de combater o monstro que ataca, principalmente, os mais pobres. O consumo está aquecido fruto do volume de dinheiro que o Governo colocou no mercado através de bolsas e ajudas, o que tem repercussão imediata na aquisição de bens. Acontece que a produção retraída leva um tempo a mais para manter os níveis no mercado. Consumir é mais fácil e rápido do que produzir. Outro fator que contribui para o aumento na Taxa Selic é o crescimento da saída de dólares e com oferta menor a cotação aumenta. A prova disso são os leilões da moeda do BC para equilibrar o mercado. A revoada das verdinhas tem como um dos motivos as más notícias no que se refere ao aumento da dívida pública. Mesmo com os recordes na arrecadação as despesas continuam crescendo mais do que a receita e isto provoca uma insegurança no futuro da capacidade de o governo pagar as suas contas. Por outro lado, o aumento da taxa Selic, além de combater a inflação, vai provocar uma atração de capitais que buscam maiores rendimentos, e aqui, um dos mais atrativos do mundo. Este aumento na entrada de dólares pode trazer um maior equilíbrio entre a oferta e demanda da moeda alterando favoravelmente a cotação. O mercado aposta que na reunião da próxima semana o Copom eleve a taxa.
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Economista Harri Goulart Gervásio.
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