O Rio Grande do Sul deve encerrar 2014 com os menores indicadores de segurança pública dos últimos 14 anos, sugere levantamento divulgado nessa quinta-feira (12) pelo governo gaúcho. Com dados alusivos a novembro e ao acumulado desde janeiro, o relatório confirma uma tendência de redução nas ocorrências de furtos e roubos (crimes patrimoniais), bem como nos homicídios e latrocínios (crimes contra a vida). A única modalidade com alta de casos no mês passado foi o feminicídio.

“Novembro se consolidou como o melhor da série histórica iniciada em 2010, no caso de crimes patrimoniais”, salienta o texto. “Mantendo a tendência de queda, a projeção é de que 2024 termine como o ano mais seguro da história recente do Estado, superando o desempenho do ano passado”.

O mês passado não teve registros de latrocínio (roubo com morte) no Rio Grande do Sul. A queda foi de 100% em relação a igual período do ano passado, quando houve dois registros de roubos seguidos de morte no Estado. No acumulado do ano, o número é 32% menor que o registrado em 2023. As constantes reduções de roubo a pedestres, roubos de veículos e roubos em estabelecimentos comerciais contribuem diretamente para a diminuição das ocorrências de latrocínio.

As ocorrências em estabelecimentos bancários e no transporte coletivo representam o principal destaque nas reduções registradas em novembro. Enquanto em instituições financeiras a queda foi de 83%, passando de seis casos em novembro de 2023 para um no mesmo mês de 2024, nos ônibus e lotações a retração nos crimes contra motoristas e passageiros foi de 50%, com 11 casos neste ano, em comparação aos 22 registrados em novembro de 2023. Se comparados os períodos de 2024 com 2023, as reduções foram de 44% e de 48%, respectivamente.

Os assaltos a pedestres caíram 36% no período, passando de mais de 1,6 mil casos em 2023 para 1.022 ocorrências em 2024. Quando confrontados os 11 primeiros meses do ano com o mesmo período do ano passado, a redução é de 43%. Os estabelecimentos comerciais do Rio Grande do Sul também estão mais seguros. No mês de novembro foram registrados 347 roubos em estabelecimentos comerciais, número 22% menor do que as 443 ocorrências de 2023. Já no acumulado do ano, a queda foi de 18%.

Já os roubos de veículos caíram 10% no mês, passando de 249 casos em 2023 para 224 em novembro deste ano. Entre janeiro e novembro, a diminuição foi de 36% em relação ao ano anterior. Já os crimes no campo tiveram queda de 34%, passando de pouco mais de 300 casos em novembro de 2023 para 199 no mesmo período de 2024, o menor número da série histórica. Entre 2023 e 2024, o abigeato (furto de gado) teve redução de 24%.

Os homicídios mantiveram queda tanto no mês quanto no acumulado do ano. Em novembro, a redução foi de 15%, passando de 124 casos em 2023 para 105 no mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, a queda também foi de 15%, passando de mais de 1,5 mil casos em 2023 para menos de 1,3 mil em 2024.

Ao contrário de outros meses do ano, novembro apresentou um aumento nos casos de feminicídio, passando de seis para 11 casos, um acréscimo de 83%. Os feminicídios permanecem como o maior desafio da Segurança Pública. Por isso, é importante incentivar as vítimas a romper o ciclo da violência e conscientizar a população sobre a importância das denúncias. Os canais mais indicados são o 190 e o 181 (Disque Denúncia), além da delegacia de polícia de cada região.

“Redução persistente e consistente”

“Nos últimos anos, observamos uma redução expressiva dos indicadores criminais no Estado, de forma persistente e consistente, no âmbito do programa ‘RS Seguro'”, discursou o governador Eduardo Leite ao repercutir as estatísticas do boletim, apresentado no Palácio Piratini.

Ele complementou: “Os dados apontam que 2024 deve se encerrar como um ano ainda mais seguro do que 2023. O Estado está fazendo a lição de casa. Os indicadores mostram isso, e os investimentos que estamos fazendo nos dão a absoluta convicção de que vamos ter resultados até melhores nos próximos anos. O Rio Grande do Sul é um modelo para a Segurança Pública no Brasil”.

JornaL O Sul - Marcello Campos