Nas mãos de adultos, o celular pode se tornar uma dependência. Mas, em crianças e adolescentes, o uso desenfreado também pode afetar o desenvolvimento do cérebro e a concentração.
Isso porque smartphones e outras telas são uma fonte inesgotável de estímulos rápidos. Em poucos segundos, comentários, curtidas e a atualização constante do feed de redes sociais provocam a liberação de dopamina no cérebro, neurotransmissor que dá sensação de prazer e satisfação.
Só que a dopamina vicia e é capaz de gerar um looping altamente perigoso para a saúde. Quanto maior o contato com os estímulos rápidos, maior é a chance de repetir - e aumentar - esse tipo de comportamento.
O perigo da exposição exagerada de crianças e adolescentes a telas é que o cérebro pode acabar sendo "recrutado" por esses estímulos rápidos, se tornando uma forma de pensamento preponderante, como explica o psicólogo Cristiano Nabuco, PhD em psicologia clínica de dependências tecnológicas.
Isso tem a ver com a maturação cerebral: o cérebro é uma parte do corpo humano que vai tomando forma com a passagem do tempo.
Antes dos 25 anos, essa maturação não está completamente desenvolvida. Ou seja: o cérebro ainda está sendo "moldado".
A "bomba" de estímulos rápidos que sai das telas pode, nessa etapa da vida, afetar o desenvolvimento do cérebro e a capacidade de concentração, uma herança que será levada para a fase adulta - e pode ser irreversível.
Raciocínio prejudicado
Segundo os especialistas, conforme o pensamento vai sendo solicitado para estímulos rápidos, mais ele vai se tornando prevalente e preponderante no funcionamento mental.
Segundo Cristiano Nabuco, isso vai ao ponto de prejudicar o raciocínio. "Quando você dá para esses jovens que passam muito tempo em frente às telas um material que envolve um raciocínio mais denso e mais profundo, eles não conseguem fazer", diz.
O que fazer?
Para Cristiano Nabuco, crianças e adolescentes não devem ser estimulados ao uso frequente de celulares e telas. Por isso, pais e responsáveis devem ficar atentos ao dar um aparelho na mãos dos filhos.
Confira algumas dicas do especialista:
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