A Polícia Civil segue investigando a morte de mais de 20 cachorros por envenenamento em Caçapava do Sul. O resultado da perícia realizada em um dos cães, no laboratório de Patologia Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apontou que o animal foi morto após ingerir carne contaminada com um inseticida.
Segundo o delegado Bruno Carnaúba, titular da DP de Caçapava do Sul e responsável pela investigação, esse cachorro estaria em uma residência junto com outros dois cães, que receberam o alimento contaminado. Um deles também teria morrido, enquanto o outro sobreviveu.
O veneno encontrado por meio do exame toxicológico no cão é um carbamato, chamado metomil. Segundo o delegado, é uma espécie de inseticida, em líquido, que é vendido comercialmente em agropecuárias.
Sobre os outros animais, grande parte teria sido enterrado por seus tutores após serem encontrados mortos, nos pátios das residências. Por isso, não é possível afirmar que esses cães também teriam sido vítimas desse mesmo tipo de veneno.
Além dos cães mortos, outros sobreviveram aos envenenamentos. Segundo Mirella Biacchi, coordenadora do Centro de Bem-Estar Animal e do Departamento de Proteção Animal do município, o número de animais afetados, no total, pode passar de 50. Inclusive, segundo ela, novos casos teriam ocorrido.
O inquérito policial está em andamento. Junto ao resultado da perícia, novos depoimentos foram coletados e outros devem ser realizados nos próximos dias.
Relembre o caso
De acordo com a Polícia Civil, pelo menos 20 cachorros morreram desde o início de 2025 em decorrência de envenenamentos. Muitos desses animais tinham tutores, mas vários viviam soltos nas ruas. Alguns eram cães "comunitários", cuidados por diversos vizinhos. Outro ponto reforçado pelo delegado é que nem todos os tutores registraram boletim de ocorrência sobre os casos. Por isso, o número concreto de animais mortos é impreciso.
O Centro de Bem-Estar Animal tem sido acionado para atender essas ocorrências e depara com cenas fortes: cachorros, de diversos portes, caídos ao chão, alguns já mortos enquanto outros ainda estão agonizando. Mirella explica que os primeiros atendimentos são feitos por eles. Se tiver tutor, o responsável encaminha para atendimento veterinário. Se for um animal de rua, as ONGS apoiam.
No mês de março, representantes de grupos de protetores dos animais e do Centro de Bem-Estar Animal se reuniram com o prefeito de Caçapava, Marcelo Spode, para debater sobre o assunto.
Uma caminhada em protesto, intitulada de "Cãominhada pela Justiça", foi realizada no dia 22 de março. A manifestação saiu do Calçadão e seguiu até a frente da Delegacia da Polícia Civil, responsável por investigar os casos.
Como denunciar
As denúncias podem ser feitas diretamente na Polícia Civil do município, com o registro do boletim de ocorrência ou no Departamento de Proteção Animal, de segunda a sexta, das 9h às 17h, pelo telefone (55) 99989-4530.
Texto: Maria Júlia Corrêa / Portal de Notícias Bei
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