O verão 2023/2024 começa nesta sexta-feira no Hemisfério Sul à 0h27min (hora de Brasília). A estação tem início com o Pacífico Equatorial Central sob a influência do fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. O El Niño persistirá o verão inteiro, mas com tendência de enfraquecimento. O seu pico de intensidade ocorre agora ao redor do final do ano. De acordo com a MetSul Meteorologia, o verão de 2024 vai apresentar a comum irregularidade da chuva da estação no Rio Grande do Sul.
Os acumulados de precipitação variam muito de um ponto para outro, dentro de uma mesma cidade. A soma dos volumes do trimestre do verão climático (dezembro a fevereiro) deve fazer com que a estação registre chuva perto ou acima da média, considerando que dezembro acabará com chuva muito acima da média em várias regiões do Estado.
Isso, porém, não significa que o verão inteiro terá chuva superior às médias históricas. Ao contrário, existe a possibilidade de no decorrer da estação, especialmente em janeiro e parte de fevereiro, que se registrem períodos de pouca chuva ou até de precipitações escassas com impacto na produção agrícola em algumas regiões, o que será atenuado pelo excesso de umidade do solo pela chuva muito acima do normal dos últimos meses.
A despeito do quadro de chuva irregular, devem ser esperados episódios pontuais de chuva volumosa a excessiva, de curta duração, e com características ou localizadas ou regionalizadas. Em regra, acompanham temporais passageiros de verão em dias quentes e mais úmidos, mas também podem ocorrer por ciclones ou, no caso do Litoral Norte, por fluxo de ar úmido do oceano.
O Litoral Norte, na região de Torres, tradicionalmente no verão tem um risco aumentado de eventos de chuva excessiva por efeito de umidade do mar interagindo com o relevo da Serra.
Do ponto de vista da climatologia histórica, as regiões Norte, Leste e Nordeste do RS têm uma maior propensão a estes episódios de chuva volumosa, sobretudo o Litoral Norte que sofre maior influência das correntes de umidade que atuam nesta época do ano no Sudeste do Brasil e nos litorais de Santa Catarina e do Paraná.
Em janeiro e parte de fevereiro, uma vez que a Argentina e o Uruguai devem ter aumento maior da chuva por conta do El Niño, as Metades Oeste e o Sul do estado têm maior probabilidade de períodos com precipitação acima da média, inclusive com risco de excessos em algumas áreas.
O verão é a época do ano em que tradicionalmente ocorrem pancadas localizadas e passageiras de chuva que se dão, em regra, da tarde para a noite em dias de calor e umidade alta. Não raro chegam são acompanhadas de temporais, alguns fortes de vento e granizo, e podem despejar volumes altos de chuva em curto período com transtornos nas cidades por alagamentos.
Casos mais extremos, sobretudo em dias de calor muito intenso com marcas entre 35ºC e 40ºC, trazem até tempestades severas com estragos por granizo, chuva excepcionalmente volumosa em curto período, vendavais, tornados e correntes descentes violentas de vento, como se viu em Porto Alegre em 29 de janeiro de 2016.
O tradicional calor, obviamente, se fará presente. A MetSul projeta estação com temperatura acima da média histórica na grande maioria ou totalidade das cidades gaúchas com algumas jornadas de calor muito intenso em que as máximas devem ficar próximas ou até superarem os 40ºC em partes do Estado. Fevereiro e março são os meses com maior probabilidade de temperatura acima da média.
Mesmo sendo verão é provável que ocorram na estação dias de temperatura amena com maior influência de rápidas passagens de ar frio de trajetória marítima afetando mais o Sul e o Leste do Estado. A virada do ano, por exemplo, pode ter um período de temperatura mais baixa no Rio Grande do Sul.
O verão em Santa Catarina e no Paraná terá grande variabilidade de volumes de chuva de uma cidade para outra, mas, no geral, deve ter precipitações próximas ou abaixo da média na maioria das localidades. Há risco de irregularidade hídrica impactar a produção agrícola em localidades dos dois estados. Episódios pontuais e isolados de chuva intensa pelo efeito do calor e da umidade podem gerar acumulados excessivos. O risco maior de eventos de chuva volumosa será maior em cidades perto da costa em episódios de chuva orográfica.
Correio do Povo
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