Voltando.
Após uma hibernação de alguns meses, voltamos ao convívio dos nossos leitores. Às vezes é bom ficar na sombra, principalmente quando o sol esta escaldante. O exercício de participar da mídia nos dias de hoje está mais difícil e perigoso. Antigamente emitir opiniões era um ato resguardado pela Constituição, mas hoje tudo é relativo e depende de interpretações e aí... As narrativas tomaram conta e prevalecem aquilo que lhes parece certo e a grande maioria fica apenas com isto. As principais fontes de informações e notícias tem cada vez mais pauta selecionada para mostrar o que é importante para o sistema. Graças a Deus temos as mídias digitais que, mesmo correndo riscos, trazem dados, notícias e informações que deixam de circular nas convencionais. É importante ressaltar que em alguns canais pagos e aqueles que circulam no YouTube é possível ter um contato mais claro com a realidade, mas isso ainda é para poucos. Sugiro a TV Jovem Pan. Na verdade, o momento do Brasil é muito preocupante pois existe um desarranjo entre os poderes proporcionando um clima de incerteza e intranquilidade. Muitos desconhecem isto ou fazem de conta que está tudo bem e vão levando sem preocupação com os caminhos do futuro. Cada um com o seu cada um...
Inflação.
O último Boletim Focus, que pesquisa as projeções e tendências econômicas dos principais indicadores macroeconômicos, ouvindo uma centena de economistas atuantes no mercado, indica que a inflação deve continuar em ritmo de alta. Hoje está previsto que o IPCA deve encerrar o ano em 5,66% o que 30 dias atrás a aposta era de 5,60%. O último índice publicado, mês de fevereiro, foi de 5,05%, ou seja, bem perto do projetado. Olhando todas as últimas medidas do governo central que foram de colocar mais dinheiro no mercado é possível dizer que a inflação continuará subindo, pois com mais dinheiro a demanda cresce e gera aumento de preços e a produção tem um de crescimento mais lento do que o imediatismo do consumo.
Selic.
Existe hoje vozes que bradam para que a taxa Selic seja reduzida, mas com uma inflação elevada e com previsão de alta, o juro deverá continuar subindo. A previsão é de que venha fechar o ano em 15%. Hoje está em 14,25% e na próxima reunião do Copom deve chegar a 15%. Com inflação elevada e com tendência de alta a Taxa Selic deverá continuar alta.
PIB.
O mercado financeiro está projetando para este ano um crescimento da economia em torno de 1,99% e a 30 dias atrás a aposta era de 2,01%, ou seja, as expectativas são de resultado baixo. No início do ano este índice era de 2,02%. Pode se atribuir este número a alguns fatores começando pela incerteza na economia mundial, que está na espreita da nova política americana que dispara restrições para todos os lados. Internamente também o clima de incerteza continua, pois, o governo insiste em continuar gastando acima do que arrecada, gerando um déficit público crescente o que assusta os investidores. Inflação elevada, juro alto e incerteza nos rumos do governo é uma receita ideal para uma tempestade perfeita. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu último boletim reduziu a previsão de crescimento econômico do Brasil para 2025 de 2,3% em dezembro para agora 2,1% o que demonstra que lá fora também existe esta visão de que o Brasil deverá ter um crescimento pífio este ano. Segundo o Governo o PIB neste ano deverá crescer 2,3%.
Dólar.
Ele já andou bem acima de R$ 6,00 e agora está previsto que venha fechar o ano em R$ 5,98. O dólar vai subir ou cair? É uma aposta que poucos colocam muitas fichas pois o rumo da economia americana é imprevisível e por aqui as incertezas continuam. Para onde estamos indo? A tendência atual deve ser mantida? Faça sua aposta!
Pense.
O passado foi ontem, o futuro ainda está por vir, viva o hoje.
Economista Harri Goulart Gervásio.
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