A Comissão de Assuntos Constitucionais deu mais um passo importante para uma reforma constitucional. Está prevista a redução no número de juízes do Supremo de 11 para 9 integrantes e os seus mandatos serão de apenas 12 anos. A corte somente deliberará no plenário em sessões públicas. Também está previsto eleições diretas para todos os cargos do judiciário e os candidatos para o Supremo serão definidos pelos três poderes com paridade entre homens e mulheres. Calma! Esqueci de dizer que isto está acontecendo no México. Tenho certeza que todos gostariam que algo parecido acontecesse aqui no Brasil, mas as possibilidades são muito pequenas que isto fosse pelo menos debatido por aqui. Será que poderemos ter esperanças?

A orgia continua.

Os últimos dados publicados pelo Banco Central do Brasil indicam que a Dívida Bruta do Governo Federal atingiu 78,5% do Produto Interno Bruto, ou seja, o Brasil deve quase 80% de tudo que aqui é produzido. No final de 2023 este percentual era de 74%. Os dados indicam o crescimento mês a mês. Isto justifica o porquê a ânsia em aumentar a receita sem qualquer preocupação com a redução de gastos. Este comportamento do governo passa uma imagem profundamente negativa, de insegurança, fazendo com que todos repensem os seus investimentos. Lembrem que o investimento é o alimento de um crescimento econômico saudável e duradouro. Gastos e mais gastos produzem o voo da galinha.

PIB cresce 1,4%.

É bom analisar com calma este dado! Em primeiro lugar é o crescimento do segundo trimestre em relação ao primeiro. Foi no segundo que o governo colocou no mercado uma montanha de dinheiro através de ajudas, décimo terceiro, bolsas, etc com o principal objetivo de incentivar o consumo e aí aconteceu. Em segundo lugar é justamente neste período que a economia se fortalece, basta ver as estatísticas de anos anteriores. O segundo trimestre sempre traz números surpreendentes. Também é sabido que o segundo semestre do ano é um período de vacas magras.  Levando como base este crescimento de 1,4%, o governo já aposta num crescimento superior a 3% neste ano, mas os mais prudentes acreditam que se igualar o 2,9% ocorrido no ano passado já está muito bom.  Hoje a preocupação já é com 2025 onde é esperado um crescimento inferior ao deste ano.

Inflação e juros.

Está sendo cantado em verso e prosa que a economia está aquecida, o desemprego caindo e a inflação contida. Os mesmo que muitas vezes falam deste momento pedem que os juros caiam. Com certeza o Banco Central está de olho porque tudo indica que a inflação está subindo e que a alta dos juros será um freio para conter este monstro. Inflação com tendência de alta deve manter a taxa Selic pelo menos estável.

Dólar.

Tudo indica que o dólar se manterá num patamar acima de R$ 5,50. Em primeiro lugar, o movimento de saída de dólares daqui é intenso diminuindo a oferta interna. Basta ver os leilões de moeda que o Banco Central tem realizado a fim de manter um melhor equilíbrio no mercado. O preço das commodities tem se mantido elevado e o juro dos Estados Unidos insiste em permanecer sem queda, o que atrai investidores. Também é bom considerar que a temperatura internacional continua elevada, guerras, eleições americanas, problemas financeiros na Europa, etc. Tudo isso alavanca a cotação do dólar. As chances de o dólar retornar a patamares próximos de R$ 5,00 são poucas. É bom lembrar que o dólar alto favorece as exportações, mas encarece as importações. Em economia tudo tem dois lados. Neste momento o dólar alto aqui no Brasil é mais um entrave para a economia.

Pense.

Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la.

Economista Harri Goulart Gervásio