Perícia analisa se há arsênio em comida levada por nora para a sogra no hospital
14/01/2025 15:44:26

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul analisa, a pedido da Polícia Civil, se há arsênio em alimentos levados por Deise Moura dos Anjos para a sogra, Zeli dos Anjos, quando estava internada no hospital. O material foi entregue pela família de Zeli à Polícia Civil após Deise visitar a sogra, que estava internada no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. A internação ocorreu depois que a família consumiu um bolo envenenado no feriado de Natal. Três mulheres morreram. Relembre os detalhes abaixo.

Zeli não chegou a comer os lanches, porque quem a acompanhava no hospital impediu. Ela teve alta na última sexta-feira (10). Deise está presa temporariamente por suspeita de envenenar a família.

Além de um pastel de padaria, outros itens também foram coletados e são investigados: quatro bombons, um chiclete, quatro barras de cereal, uma garrafa de suco de uva, um torrone, um biscoito de leite, além da garrafa do suco e do canudo.

De acordo com o IGP, a conclusão da análise não tem prazo para ser concluída, mas ainda não está descartada a possibilidade de conter o veneno em um ou mais desses alimentos.

Arsênio

Arsênio é um elemento químico liberado no ambiente de maneira natural ou pela ação do homem e componente usado na fabricação de alguns pesticidas. A exposição a arsênio pode causar intoxicação alimentar e reações similares a alergias, câncer em caso de exposição recorrente, e até morte.

De acordo com a investigação policial, Deise comprou arsênio quatro vezes em um período de quatro meses. Uma das compras ocorreu antes da morte do sogro – que faleceu por envenenamento – e as outras três, antes da morte de três pessoas que consumiram o bolo envenenado, em dezembro.

A Polícia Civil afirma que há "fortes indícios" de que Deise tenha praticado outros envenenamentos e não descarta novas exumações de corpos de pessoas relacionadas à ela. A RBS TV apurou que uma delas é o pai da Deise. José Lori da Silveira Moura morreu aos 67 anos, em Canoas, em 2020, supostamente por cirrose.

A Polícia também pediu a coleta de material genético do filho e do marido de Deise, para apurar suspeita de um possível envenenamento contra eles também.

O veneno comprado por Deise teria sido recebido via Correios. A polícia encontrou um recibo em nome de Deise para a compra de arsênio.

O relatório preliminar da extração de dados dos celulares apreendidos, ao qual o g1 teve acesso, apontou que Deise fez buscas na internet por termos como "arsênio veneno", "arsênico veneno" e "veneno que mata humano". As informações constam da representação da Polícia Civil pela prisão dela.

Polícia diz que sogra era alvo

Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcus Veloso, a sogra da suspeita, Zeli dos Anjos, era o principal alvo dos envenenamentos. Foi ela que fez o bolo.

"O principal alvo dela era a Zeli. Ela estava no dia 2 de setembro, quando ela fez o café com leite em pó e tudo mais, junto com seu marido, e também estava no local em que Zeli fez o bolo em Arroio do Sal e ela também consumiu o bolo e também foi para o hospital", diz o delegado Veloso.

A morte do sogro

Depois do caso do bolo ser revelado, a polícia passou a investigar se Deise teria envolvimento também na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu em setembro, supostamente por intoxicação alimentar. Ele foi marido de Zeli.

A polícia exumou o corpo dele, e exames constataram que ele ingeriu arsênio antes de morrer. Ele morreu de infecção intestinal após consumir bananas e leite em pó levados à casa dele pela nora.

 

 

G1      

 

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