A despedida de Arlindo Cruz, um dos maiores sambistas do Brasil, levou centenas de pessoas à quadra da escola de samba Império Serrano, em Madureira, na Zona Norte do Rio. A cerimônia começou na noite de sábado (9), se estendeu durante a madrugada deste domingo (10) e terminou às 10h.
Arlindinho, filho do sambista, tocou cavaquinho e cantou vários sucessos do pai, entre eles, “O Show Tem Que Continuar”. Segundo ele, a despedida aconteceu exatamente como o pai gostaria.
"Meu pai, até na hora de partir, foi ensinamento, de sempre lutar, lutar pela vida, lutar para estar aqui, para estar perto dos filhos, perto de quem ama. Mas ele vai estar sempre vivo. O legado dele tá aí, a obra, os ensinamentos dele estão aí", disse Arlindinho.
"Meu pai fazia do pior momento, o momento mais especial. Ele extraía o melhor até da pior situação", acrescentou.
Babi Cruz, viúva de Arlindo, não conteve a emoção ao se aproximar do caixão e foi consolada pela caçula, Flora Cruz.
Após o velório, o corpo saiu em cortejo no carro do Corpo de Bombeiros para o Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste, onde será sepultado em cerimônia fechada para a família.
A despedida ao sambista seguiu a tradição das religiões de matriz africana. O ritual é conhecido como gurufim, que mistura música e dança em um clima de celebração. A cerimônia atendeu a um pedido especial da família: que todos comparecessem vestindo roupas claras. A orientação tem um significado simbólico — os tons de luz representam a alegria e a energia de quem é homenageado.
O cantor, compositor e multi-instrumentista morreu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos, após sofrer falência múltipla dos órgãos.
Arlindo sofreu um acidente vascular cerebral hemorrágico em março de 2017. Desde então, lidava com as sequelas da doença e passou por várias internações. O artista não se apresentava mais.
G1
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